Washington (RV) - A canonização de Kateri Tekakwitha, que terá lugar em outubro
de 2012, será uma grande ajuda para a integração dos indígenas norte-americanos na
Igreja Católica, disseram vários católicos indígenas ouvidos pela agência Catholic
News Service. “Vai ser bom para levantar o nosso povo, para elevar os nossos espíritos.
Agora sentimos que pertencemos, de forma mais forte, a esse círculo sagrado”, diz
a Irmã Kateri Mitchell, uma religiosa cujo primeiro nome é o mesmo da futura santa.
Existem nos Estados Unidos cerca de 600 mil índios católicos. Muitos fazem
parte de grupos chamados “Círculos de Kateri”, nos quais aprofundam a sua fé e se
apóiam mutuamente na caminhada religiosa. Este “rodear-se” de amigos com a mesma fé
é uma virtude louvada por Dom Charles J. Chaput, Arcebispo de Filadélfia que também
tem sangue indígena.
Na homilia de uma conferência dedicada à espiritualidade
indígena, Chaput pediu coragem aos fiéis: “Somos covardes. Temos medo de pregar o
Evangelho aos índios, entre nós, não temos? Tenho dificuldade em imaginar que a Kateri
se mantivesse em silêncio”.
A futura santa nasceu de mãe cristã e pai pagão,
em 1656. Os seus pais morreram quando ela tinha quatro anos, de uma epidemia que a
deixou com problemas de visão. Foi então educada por um tio que era anti-cristão e,
quando foi batizada aos 20 anos, foi renegada pela família e ameaçada de morte. Refugiou-se
no Canadá onde se dedicou a uma vida de oração.
O nome da santa, ao estilo
indígena, significa “aquela que caminha apalpando”, por causa da sua fraca visão.
Outro bispo presente na conferência, Dom Robert J. Cunningham, disse que esse título
se pode aplicar à vida dos fiéis atualmente: “Por vezes o Evangelho é recebido com
indiferença, incompreensão ou até hostilidade. Podemos andar perdidos enquanto tentamos
escolher o lugar e o tempo certo para viver a nossa fé publicamente”, disse o bispo.
(SP)