2012-07-25 14:52:06

Líbano: Caritas ajuda refugiados


Beirute (RV) - “Nos campos de refugiados na fronteira com a Síria a situação é terrível e piora dias após dia. Milhares de refugiados atravessam a fronteira tentando fugir do inferno sírio: a maioria, mulheres e crianças. O sofrimento dessas pessoas é muito grande, em todas as partes se sentem lamentos de desespero, ódio, vingança; em muitos se sentem abandonados por Deus”: foi o que disse à agência AsiaNews, Padre Simon Faddoul, Presidente da Caritas Líbano.

O sacerdote fala de mais de 47 mil pessoas que encontraram refúgio no vale da Bekaa e nos campos improvisados montados na parte setentrional da fronteira entre Síria e Líbano. São provenientes sobretudo das províncias de maioria sunita de Homs e Hama, as mais atingidas pela guerra entre o regime e os rebeldes. Nas últimas semanas estão chegando também muitos muçulmanos alawitas e pequenos grupos de cristãos provenientes de Damasco e Aleppo. Somente no dia de ontem 8 mil pessoas passaram a fronteira. Segundo Padre Faddoul a maior parte dos refugiados é formada por muçulmanos sunitas. Somente 5% é cristão.

“Os nossos voluntários estão sempre em estado de alerta – destaca o sacerdote – porque essa gente tem necessidade de tudo: vestidos, água, alimento, remédios, cobertas. Por razões políticas o governo não autoriza a construção de campos de refugiados e isso obriga as pessoas a encontrarem proteção em velhas casas abandonadas, tendas, barracos improvisados”.

Para socorrer os refugiados sírios, a Caritas e outras organizações não governamentais ativaram vários centros de acolhida ao longo do vale da Bekaa e uma clínica móvel dedicada à cura dos feridos. O sacerdote explica que centenas de voluntários estrangeiros chegaram ao Líbano para apoiar a Caritas local, mas sem os campos de refugiados é impossível organizar as ajudas.

“Quem atravessa a fronteira se dirige em direção das nossas cidades e ali ergue a sua barraca de lona. Neste dias pedimos ao governo a possibilidade de pelo menos aumentar os nossos espaços para a distribuição de ajudas, para prevenir a superlotação e o início de epidemias”.

Padre Faddoul convida os países ocidentais a não se esquecerem do pvoo sírio e a fazerem pressão para um imediato cessar-fogo. “A situação é irreversível. Muitos temem um aumento da violência da qual será quase impossível sair. Nós devemos estar prontos para qualquer eventualidade porque não sabemos o que irá acontecer no futuro”. (SP)








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