Havana (RV) - O Papa Bento XVI enviou um telegrama de pesar pela morte de Oswaldo
Payá, líder do Movimento Cristão de Libertação.
Payá, de 60 anos, faleceu em
22 de julho num acidente automobilístico próximo de Bayamo (744 km de Havana), quando
o veículo em que viajava com outros ativistas políticos perdeu o controle e bateu
em uma árvore, segundo as autoridades. Com Payá, perdeu a vida também Harold Cepero
Escalante, e outros dois ficaram feridos.
O telegrama do Papa é assinado pelo
Substituto da Secretaria de Estado, Dom Angelo Becciu, e dirigido ao Arcebispo de
Havana, Cardeal Jaime Lucas Ortega y Alamino. Bento XVI lamenta a perda “irreparável”,
invocando a proteção de Nossa Senhora da Caridade do Cobre sobre a família do opositor.
O Papa concede sua bênção apostólica, como sinal de fé e de esperança em Jesus Cristo,
redentor do homem.
As exéquias foram celebradas esta terça-feira pelo Card.
Ortega y Alamino na paróquia que Payá costuma frequentar, na presença de muitos representantes
da hierarquia católica e de inúmeros fiéis e admiradores. Ele foi sepultado no Cemitério
de Colón, sempre em Havana.
Em sua homilia, o Cardeal cubano destacou a fé
cristã de Payá, sempre firme e constante, e uma clara vocação política “que não o
distanciou da Igreja; pelo contrário, sempre buscava em sua fé inspiração para sua
oposição política”.
“A aspiração em participar da vida política da nação é
um direito e um dever do leigo cristão”, afirmou o Arcebispo de Havana, que recordou,
todavia, que a hierarquia, os bispos e o clero não devem, em caso algum, fazer opção
política partidária”.
Com a morte de Payá, a dissidência cubana perde uma
de suas referências mais importantes e respeitadas dentro e fora da Ilha.