Papa encoraja Institutos Seculares a serem "criativos segundo o Espírito Santo"
(24/07/2012) Os Institutos seculares alimentem "olhares capazes de futuro e raízes
firmes em Cristo" abraçando "com caridade as feridas do mundo e da Igreja": este o
desejo expresso pelo Papa na mensagem enviada aos membros dos Institutos Seculares,
reunidos em Assis – região italiana da Úmbria – até ao próximo dia 26, num Congresso
que tem como tema "À escuta de Deus 'nos sulcos da história': a secularidade fala
à consagração". "Homens e mulheres capazes de um olhar profundo e de bom testemunho
dentro da história": assim define os consagrados a mensagem a eles enviada pelo Papa
através do Cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone.
Num tempo como
hoje, que "coloca à vida e à fé profundas interrogações", olhando para o Espírito
Santo, os consagrados podem seguir a sua vocação, ou seja, "estar no mundo assumindo
todos os seus pesos e os seus anseios, com um olhar humano que coincida sempre mais
com o olhar divino", escreve o Santo Padre. Nesse sentido, a identidade dos consagrados
revela a sua importante missão na Igreja, isto é, "ajudar a realizar o seu estar no
mundo", para que, mediante "a teologia da história - parte essencial da nova evangelização",
os homens de hoje possam reencontrar aquele olhar "verdadeiramente livre e pacífico
sobre o mundo" de que têm necessidade. Bento XVI sublinha que "a relação entre
Igreja e mundo" há-de ser vivida "no signo da reciprocidade": "não é só a Igreja quem
dá ao mundo, contribuindo para tornar os homens e a sua história mais humanos; "também
o mundo dá à Igreja", de modo que ela possa compreender melhor a si mesma" e "viver
melhor a sua missão".
A mensagem indica três âmbitos específicos nos quais
os Institutos seculares devem concentrar a atenção. Antes de mais, a "doação total
e encontro pessoal com o amor de Deus". Depois, também, "vida espiritual", ponto firme
e irrenunciável que implica "reconduzir a Cristo todas as coisas", e que se alimenta
na oração e na escuta da Palavra de Deus, para construir esperança e confiança. Por
fim, a formação, entendida como educação para "aquela sabedoria que tem sempre consciência
da centralidade humana e da grandeza do Criador".
O Papa exorta os Institutos
seculares a estarem "disponíveis para construir percursos de bem comum, sem soluções
pré-confeccionadas", prontos a arriscar, criativos segundo o Espírito Santo, “abraçando
com caridade as feridas do mundo e da Igreja".