2012-07-24 20:38:03

Nova Evangelização e Redemptoris missio: "este é o Verbo de Deus feito homem, para a salvação de todos" – a destinação universal da salvação


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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso encontro semanal neste espaço de formação e aprofundamento dedicado à Nova Evangelização, questão prioritária para a Igreja em nossos dias.

Sendo o Evangelho "Boa Notícia", ele é sempre "Boa Nova", e o seu anúncio, ou seja, a evangelização, é sempre nova. Por isso, é importante ressaltar que quando se fala em nova evangelização, não se trata de uma fórmula pleonástica, mas de colher os sinais dos tempos (categoria assimilada pelo Concílio Vaticano II), perceber a novidade em relação a situações novas que requerem um modo de evangelizar que seja novo: novo em seus métodos, em suas expressões, em seu ardor missionário.

Nesse sentido, recordamos que em outubro próximo teremos, no Vaticano, um evento muito importante para a Igreja no mundo inteiro, ou seja, a realização da XIII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, ocasião em que os padres sinodais, provenientes de todas as partes do mundo, refletirão, debaterão e discutirão em torno do tema "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã".

Deste evento esperamos, com as proposições dos padres sinodais e a posterior exortação apostólica do Santo Padre, orientações enriquecedoras que possam produzir, com a graça do Espírito Santo, abundantes frutos pastorais.

Tendo em vista esse importante evento eclesial continuamos nossa revisitação à Redemptoris missio, Carta encíclica de João Paulo II, de 1990, sobre a validade permanente do mandato missionário.

Estamos nos ocupando do primeiro capítulo da encíclica, capítulo este que tem como título "Jesus Cristo único Salvador". De fato, como temos visto, João Paulo II evidencia no início de sua encíclica tanto a unicidade do Salvador, quanto a destinação universal da salvação.

"Remontando às origens da Igreja, aparece clara a afirmação de que Cristo é o único salvador de todos, o único capaz de revelar e de conduzir a Deus": com essas palavras, o Papa Wojtyla inicia o nº 5 do documento magisterial, número este do qual nos ocupamos na edição passada.

Havíamos concluído afirmando que do tema da unicidade do Salvador e da destinação universal da salvação – desenvolvidos no texto a partir da Sagrada Escritura –, resulta-nos claro que Cristo operou a Salvação para todos os homens, e não somente para uma "categoria de privilegiados".

Na edição de hoje continuamos o tema em questão trazendo o nº 6. diz o texto:

6. "É contrário à fé cristã introduzir qualquer separação entre o Verbo divino e Jesus Cristo. S. João afirma claramente que o Verbo, que « no princípio estava com Deus », é o mesmo que « se fez carne » (Jo 1, 2. 14). Jesus é o Verbo encarnado, pessoa una e indivisa: não se pode separar Jesus, de Cristo, nem falar de um «Jesus da história » que seria diferente do « Cristo da fé ». A Igreja conhece e confessa Jesus como « Cristo, o Filho de Deus vivo » (Mt 16, 16): Cristo não é diferente de Jesus de Nazaré; e este é o Verbo de Deus feito homem, para a salvação de todos. Em Cristo, « habita corporalmente toda a plenitude da divindade » (Col 2, 9) e « da Sua plenitude todos nós recebemos » (Jo 1, 16). O « Filho Unigênito, que está no seio do Pai » (Jo 1, 18), é « o Filho muito amado, no qual temos a redenção e a remissão dos pecados (...) Aprouve a Deus que n'Ele residisse toda a plenitude, e por Ele fossem reconciliadas Consigo todas as coisas, pacificando, pelo sangue da sua cruz, tanto as criaturas da terra como as do céu » (Col 1, 13-14. 19-20). Precisamente esta singularidade única de Cristo é que Lhe confere um significado absoluto e universal, pelo qual, enquanto está na História, é o centro e o fim desta mesma História: « Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim » (Ap 22, 13).
Se é lícito e útil, portanto, considerar o mistério de Cristo sob os seus vários aspectos, nunca se deve perder de vista a Sua unidade. À medida que formos descobrindo e valorizando os diversos tipos de dons, e sobretudo as riquezas espirituais, que Deus distribuiu a cada povo, não podemos separá-los de Jesus Cristo, o Qual está no centro da economia salvadora. De fato, como « pela encarnação, o Filho de Deus se uniu de alguma forma a todo o homem », assim « devemos acreditar que o Espírito Santo oferece a todos, de um modo que só Deus conhece, a possibilidade de serem associados ao mistério pascal », 0 plano divino é « recapitular em Cristo todas as coisas que há no céu e na terra » (Ef 1, 10)."

A Declaração Dominus Iesus, de 6 de agosto do ano 2000 – da Congregação para a Doutrina da Fé – sobre a unicidade e a universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja, retoma justamente o Concílio Vaticano II e a Redemptoris missio de João Paulo II.

Mas por hoje nosso tempo já acabou. Semana que vem tem mais, se Deus quiser!







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