Gilberto Gil faz concerto contra a fome no mundo em Roma
Roma
(RV) - "Concerto de Cordas e Máquinas de Ritmo". Este é o nome do show que Gil
escolheu para rodar o mundo no ano em que completou 70 anos e que neste domingo passou
por Roma. “Cordas são as minhas duas vocais, as do meu violão, as do violão do meu
filho Ben Gil. Máquinas de Ritmo são os meus companheiros na banda”, explicou Gil
logo no início do concerto.
Antes, um agradecimento do Diretor-Geral da FAO,
José Graziano da Silva, que lembrou ao público que hoje, 1 a cada 7 pessoas no mundo
sofre as consequências da fome.
Mais cedo, depois da passagem de som, Gil recebeu
a RV para uma entrevista.
“A fome sempre foi um problema onde e quando ela
tenha existido. É um problema a ser resolvido pelas mães, pelos pais, pelas famílias,
pelos coletivos. A questão atual fica muito mais grave – essa pode ser a maneira de
ver – porque são grandes multidões num mundo com 7 bilhões, e ainda com possibilidade
de crescimento muito maior da população mundial em que o sistema não tem sido capaz
de alimentar todo mundo. É uma quantidade muito grande de gente com fome, abaixo da
linha da pobreza. Então, não é mais um problema só dos pais e mães mas sim da família
mundial, a família Terra, a família planetária está preocupada com isso porque é uma
questão grave. E aí, então, todas as mobilizações, o fato de existir uma instituição
já há muitos anos que vem monitorando os problemas da fome, a gravidade desses problemas,
de sua intensificação”.
Brasil na FAO
“O Graziano fez experiências
muito interessantes no sentido de politicas compensatórias no Brasil, especificamente
para atacar a fome e a pobreza, para possibilitar o surgimento de novas classes médias,
com capacidade de consumir, de acesso à educação e cultura e é uma experiência importante
reconhecida no mundo inteiro. Agora acredito que ele à frente da FAO pode trazer uma
experiência que – apesar de muito difícil – foi muito importante e de uma certa forma
muito bem sucedida no Brasil e isso agora pode ser um elemento para as políticas mundiais”.