2012-07-18 14:00:12

Pe. Olmes: Imaginando o Japão antes de conhecê-lo


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Tóquio (RV) - Falar sobre um país no qual a gente nunca esteve, hoje não representa muita dificuldade. Os meios modernos de comunicação de que dispomos se encarregam de trazer a maior parte das informações. Recuando cinco ou seis séculos na História, sem televisão, rádio, telefone e internet, seria um enorme desafio para um europeu falar sobre o Japão. Contudo, Marco Polo, duzentos anos antes de o genovês Cristóvão Colombo iniciar suas viagens, descreveu o Japão, que ele chama de Zipangu, de uma forma peculiar, sem nunca ter viajado para lá. Prestem (à) atenção sobre o que escreve.

"Zipangu é uma ilha nos altos mares do oriente, afastada 1.500 milhas do Continente. É uma grande ilha. As pessoas são brancas, civilizadas e muito privilegiadas. Elas são idólatras e não dependem de ninguém.Eu posso falar a vocês, a quantidade de ouro que elas possuem é infinita; elas o encontram na sua própria ilha. Seu rei não permite que seja exportado. Além disso, poucos mercantes visitam o país, porque estão longe da ilha principal, por isso sabe-se que seu ouro é tão abundante que vai além de qualquer medida imaginável.

Eu digo para vocês uma coisa maravilhosa sobre o palácio do senhor da ilha. Vocês precisam saber que ele tem um palácio com o teto totalmente coberto com ouro fino, exatamente como nossas igrejas são cobertas por cobre, por isso é muito difícil calcular seu valor.E mais, os pavimentos dos palácios e os assoalhos das repartições são cobertos de ouro fino com camadas de dois dedos de espessura.As janelas são de ouro. Assim, tudo isso junto, a riqueza do palácio vai além de todos os limites e imaginação. Eles também possuem pérolas cor de rosa em abundância, mas preciosas, grandes e redondas e tão valiosas como as brancas."

Marco Polo continua descrevendo as coisas sobre o Japão sem nunca tê-lo visitado. É a vez de falar sobre a religião. Descreve seus ídolos como tendo cabeça de animais e alguns deles com mais de uma. Diz a mesma coisa das mãos, mas aumenta o número chegando até mil. Ressalta que as pessoas têm muita fé neles. Lendo o texto, tive a impressão de que já eram previstas para em breve expedições que levariam, além de soldados, também missionários para propagar o Cristianismo, naquelas ilhas que atraíam tanto a atenção pela quantidade de ouro lá existente.

Imaginações à parte, a verdade é que com a chegada de São Francsico Xavier em 1549, os europeus não encontraram telhados de ouro, reluzindo em contato com raios do sol, nem palácios com piso de ouro e pérolas, enfeitando pessoas ou residências. A determinação de converter os budistas e xintoístas ao cristianismo em grande escala, não se concretizou.
Ainda nos resta muito trabalho com sabedoria e respeito para descobrir que somos todos filhos de Deus, vivendo em harmonia.

Missionário Pe .Olmes Milani CS
Do Japão para a Rádio Vaticano









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