Mutirão contra Tráfico de pessoas anima Congresso em Palmas
Cidade do Vaticano (RV) - Um dos mutirões do 3º Congresso Nacional realizado
neste fim de semana em Palmas (TO), foi o formado por membros de congregações religiosas
que discutiram, neste sábado, o grave problema do tráfico de pessoas.
De acordo
com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNDOC), a rede do tráfico
de pessoas é altamente lucrativa e ocupa o terceiro lugar na economia mercadológica
do crime organizado, perdendo apenas para o tráfico de armas e drogas. Atinge cerca
de 2,5 milhões de vítimas e movimenta aproximadamente, 32 bilhões de dólares por ano.
Estima-se que 700 mil mulheres e crianças passam todos os anos pelas fronteiras internacionais
do tráfico humano. Isso sem contabilizar o tráfico interno, que no País é alarmante.
“Nosso
maior sonho é a erradicação do Tráfico de Seres Humanos”, disse Irmã Eurides de Oliveira,
ICM, coordenadora da rede ‘Um Grito pela Vida’ da CRB, em sua partilha. Dentre as
experiências foi feita partilha da caminhada missionária da rede Um Grito pela Vida,
formada por Congregações Religiosas, que se empenha na luta pela erradicação do Tráfico
de Seres Humanos.
De acordo com Irmã Eurides o tráfico de pessoas, sobretudo
de mulheres e crianças, que são as vítimas em potencial deste ilícito negócio, é hoje
um dos mais urgentes apelos históricos para a sociedade.
“Faz parte das afirmações
fundamentais da teologia cristã recusar qualquer tipo de violência como expressão
da violação de direitos humanos, a ela se opor, denunciá-la é contribuir para sua
superação” - disse. Em sua colocação, Irmã Eurides destacou a realidade do Tráfico
de Pessoas e a resposta da Vida Religiosa Consagrada frente a essa realidade.
A
pobreza, o desemprego, bem como a ausência de educação e de acesso aos recursos constituem
as causas subjacentes ao Tráfico de Seres Humanos. As mulheres são particularmente
vulneráveis ao tráfico de seres humanos devido à feminização da pobreza, à cultura
de discriminação e desigualdade entre homens e mulheres, à falta de possibilidades
de educação e de emprego, a cultura hedonista que transforma o corpo da mulher em
objeto de desejo e cobiça.
A resposta da Vida Religiosa Consagrada
Segundo
a religiosa, é pela força do Carisma a da missão de seguir Jesus no caminho dos pobres,
que a Vida Religiosa Consagrada, num movimento dinâmico de fé e solidariedade se sente
convocada a viver a Consagração-Missão nas periferias e fronteiras das causas humanas,
ouvindo as interpelações de Deus no hoje da história.
“A rede Um Grito pela
Vida foi a resposta da Vida Religiosa por meio da União das Superioras Gerais das
Congregações, reunidas em Assembleia internacional, com o objetivo de sensibilizar
e socializar informações sobre o Tráfico de Seres Humanos; capacitar multiplicadores,
multiplicadoras para ações educativas de prevenção e assistência e intensificar a
luta por políticas públicas de enfrentamento desta realidade. A rede tem assumido
esta tarefa desde 2006. É Intercongregacional, constituída por religiosas de diversas
Regionais e Congregações e se torna um espaço de articulação e ação solidária da Vida
Religiosa Consagrada do Brasil. É parte constitutiva da CRB Nacional, relatou.
Os
Religiosos e Religiosas promovem e participam de atividades e processos de prevenção,
assistência as vítimas e intervenção política que contribuam para instruir e instrumentalizar
a sociedade, e coibir o crescimento da inserção de vítimas neste mercado do crime. (CM-cnbb)