2012-07-15 17:49:09

Nova Evangelização e Redemptoris missio: "Ninguém vai ao Pai, senão por Mim" – a unicidade do Salvador


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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, é mais uma vez chegado o momento do encontro semanal deste espaço do nosso programa dedicado à nova evangelização, como temos ressaltado, não um modismo, mas uma questão prioritária para a Igreja em nossos dias.

Tendo em vista o Sínodo dos Bispos de outubro próximo cuja XIII Assembleia Geral Ordinária terá como tema "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã", prosseguimos nesta edição nossa revisitação à Redemptoris missio, Carta encíclica de João Paulo II – de 1990 – sobre a validade permanente do mandato missionário.

Na edição passada iniciamos – com o nº 4 – o primeiro capítulo da encíclica, capítulo este que tem como título "Jesus Cristo único Salvador".

De fato, o Papa Wojtyla evidencia quer a unicidade do Salvador, quer a destinação universal da salvação, como vimos já no nº 4: no acontecimento da Redenção está a salvação de todos, « porque todos e cada um foram compreendidos no mistério da Redenção, e a todos e cada um se uniu Cristo para sempre, através deste mistério »; e como veremos agora no n. 5, cujo título é « Ninguém vai ao Pai, senão por Mim » (Jo 14, 6). Diz o texto:
5. "Remontando às origens da Igreja, aparece clara a afirmação de que Cristo é o único salvador de todos, o único capaz de revelar e de conduzir a Deus. Às autoridades religiosas judaicas, que interrogam os Apóstolos sobre a cura do aleijado, realizada por Pedro, este responde: « É em nome de Jesus Nazareno, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se apresenta curado diante de vós (... ) E não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome dado aos homens que nos possa salvar » (At 4, 10.12). Esta afirmação, dirigida ao Sinédrio, tem um valor universal, já que, para todos — judeus e gentios —, a salvação só pode vir de Jesus Cristo.
A universalidade desta salvação em Cristo é afirmada em todo o Novo Testamento. S. Paulo reconhece, em Cristo ressuscitado, o Senhor:
« Porque, ainda que haja alguns que são chamados deuses, quer no céu quer na terra, existindo assim muitos deuses e muitos senhores, para nós há apenas um único Deus, o Pai de Quem tudo procede e para Quem nós existimos; e um único Senhor, Jesus Cristo, por meio do Qual todas as coisas existem, e igualmente nós existimos também » (1 Cor 8, 5-6). O único Deus e o único Senhor são afirmados em contraste com a multidão de « deuses » e de « senhores » que o povo admitia. Paulo reage contra o politeísmo do ambiente religioso do seu tempo, pondo em relevo a característica da fé cristã: crença num só Deus e num só Senhor, por Aquele enviado.
No Evangelho de S. João, esta universalidade salvífica de Cristo compreende os aspectos da Sua missão de graça, de verdade e de revelação: « o Verbo é a Luz verdadeira que a todo o homem ilumina » (Jo 1, 9). E ainda: « ninguém jamais viu Deus: o Filho único, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer » (Jo 1, 18; cf. Mt 11, 27). A revelação de Deus tornou-se definitiva e completa, na obra do Seu Filho Unigênito: « Tendo Deus falado outrora aos nossos pais, muitas vezes e de muitas maneiras, pelos profetas, agora falou-nos, nestes últimos tempos, pelo Filho, a Quem constituiu herdeiro de tudo, e por Quem igualmente criou o mundo » (Heb 1, 1-2; cf. Jo 14, 6). Nesta Palavra definitiva da Sua revelação, Deus deu-se a conhecer do modo mais pleno: Ele disse à humanidade Quem é. E esta auto-revelação definitiva de Deus é o motivo fundamental pelo qual a Igreja é, por sua natureza, missionária. Não pode deixar de proclamar o Evangelho, ou seja, a plenitude da verdade que Deus nos deu a conhecer de Si mesmo.
Cristo é o único mediador entre Deus e os homens: « há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo Homem, que se deu em resgate por todos. Tal é o testemunho que foi dado no tempo devido, e do qual eu fui constituído pregador, apóstolo e mestre dos gentios na fé e na verdade. Digo a verdade, não minto » (1 Tim 2, 5-7; cf. Heb 4, 14-16). Os homens, portanto, só poderão entrar em comunhão com Deus através de Cristo, e sob a ação do Espírito. Esta Sua mediação única e universal, longe de ser obstáculo no caminho para Deus, é a via estabelecida pelo próprio Deus, e disso, Cristo tem plena consciência. Se não se excluem mediações participadas de diverso tipo e ordem, todavia elas recebem significado e valor unicamente da de Cristo, e não podem ser entendidas como paralelas ou complementares desta."

Do tema da unicidade do Salvador e da destinação universal da salvação – desenvolvidos no texto a partir da Sagrada Escritura – resulta claro, amigo ouvinte, que Cristo operou a Salvação para todos os homens, e não somente para uma "categoria de privilegiados". Na próxima edição aprofundaremos o tema em questão. Por hoje nosso tempo já acabou. Semana que vem tem mais, se Deus quiser.







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