Duas sinfonias de Beethoven dirigidas por Barenboim, em Castel Gandolfo. Convidado
do Papa, o PR Napolitano
(11/07/2012) Nesta quarta-feira, 11 de Julho, memória litúrgica de São Bento, padroeiro
da Europa, a orquestra West-Eastern Divan ofereceu ao Papa, ao fim da tarde, em Castel
Gandolfo, um concerto em que executou duas sinfonias de Beethoven: a sexta (« pastoral
») e a quinta, na ordem do programa. Participou, a convite do Santo Padre, o presidente
da República Italiana, Giorgio Napolitano, com a esposa, que jantaram em Castel Gandolfo,
com Bento XVI. Dirigiu o concerto o maestro Daniel Barenboim, desde sempre diretor
desta orquestra por ele criada em 1999 com músicos de Israel, Palestina, Síria, Jordânia,
Egito, Líbano, Irão, Turquia e Espanha. O Papa exprimiu a sua satisfação por acolher
esta Orquestra: “… uma orquestra … que nasceu da convicção, mais ainda, da experiência
de que a música une as pessoas, para além de todas as divisões; porque a música é
harmonia das diferenças… É da multiplicidade dos timbres dos diversos instrumentos
que pode sair uma sin-fonia. O que não acontece magicamente, automaticamente. Exige
o empenho do maestro e de cada músico: “Um empenho paciente, árduo, que exige tempo
e sacrifícios, no esforço de escuta recíproca, evitando excessivos protagonismos e
privilegiando o melhor resultado do conjunto”. O Papa evocou “a grande sinfonia
da paz entre os povos, sempre em construção”, recordando que a sua geração, como também
a dos pais do Maestro Barenboim, “viveram as tragédias da II Guerra Mundial e da Shoa… Aludindo
ao programa executado, as celebérrimas Sinfonias Quinta e a Sexta, de Beethoven, Bento
XVI recordou que elas exprimem dois aspetos da vida: o drama e a paz, a luta do homem
contra o destino adverso (a quinta Sinfonia) e a imersão tranquilizando no ambiente
bucólico (a Sexta, “pastoral”). Daqui uma mensagem para o nosso tempo: “para chegar
à paz há que empenhar-se, pondo de lado a violência e as armas, empenhar-se com a
conversão pessoal e comunitária, com o diálogo, com a paciente busca dos acordos possíveis”.