2012-07-11 17:37:28

Igreja celebra São Bento: não antepor nada a Cristo, caminho para sair das noites escuras da história


Cidade do Vaticano (RV) - A Igreja celebra nesta quarta-feira, 11 de julho, a festa de São Bento – Abade, Padroeiro da Europa e Reformador da vida monástica no Ocidente. Bento XVI, que colocou seu Pontificado sob a proteção do Santo de Núrcia, dedicou ao Pai do Monaquismo Ocidental a audiência geral de 9 de abril de 2008, convidando os fiéis a seguirem a exortação do Santo a não antepor nada a Cristo, caminho para sair das noites escuras da história.

Da crise ao renascimento: esse foi o percurso feito por Bento de Núrcia, segundo o perfil traçado pelo Papa. Nascido em 1480, quatro anos após a queda do Império Romano do Ocidente, diante de uma sociedade passada do bem-estar para a miséria, São Bento deu a sua contribuição não acusando ninguém, mas começando a mudar a si mesmo.

Com apenas 20 anos retirou-se numa gruta nas proximidades de Subiaco – situada na região italiana do Lácio – para superar as três tentações fundamentais de todo ser humano, disse Bento XVI:

"A tentação da auto-afirmação e do desejo de colocar a si mesmo no centro, a tentação da sensualidade e, por fim, a tentação da ira e da vingança. De fato, Bento tinha a convicção de que, somente após ter vencido essas tentações, ele teria podido dizer aos outros uma palavra útil para suas situações de necessidade. E assim, apaziguando a sua alma, era capaz de controlar plenamente as pulsações do eu, para ser assim um criador de paz ao seu redor." (Audiência geral de 9 de abril de 2008)

"Eu, mas não mais eu: essa é a fórmula da existência cristã" – ressalta o Pontífice. Se Jesus vive em nós, então "transformamos o mundo". E São Bento deixou-se transformar por Deus através da oração, contato vivo com Cristo, não estéril intimismo consolatório:

"A oração é em primeiro lugar um ato de escuta (Prol. 9-11), que deve depois traduzir-se na ação concreta. 'O Senhor espera que nós respondamos a cada dia com fatos a seus santos ensinamentos', afirma São Bento (Prol. 35)." (Audiência geral de 9 de abril de 2008)

A oração produz obras: "Ora et labora". Assim os mosteiros beneditinos forjaram a nova civilização européia, relançando a agricultura, o artesanato e o comércio – no signo da solidariedade –, conservaram e transmitiram a cultura tanto pagã quanto cristã.

Um só homem, que colocou Cristo no centro da própria vida como caminho para a "verdadeira auto-realização", mudando a si mesmo mudou os outros, um mundo inteiro.

Hoje – explicou o Santo Padre –, a Europa precisa de soluções políticas e econômicas para superar a sua crise, que é, em primeiro lugar, crise de identidade e crise de valores, mas para "criar uma unidade nova e duradoura", precisa, sobretudo, de "uma renovação ética e espiritual que recorra às raízes cristãs do Continente. Do contrário, não se pode reconstruir a Europa":

"Sem essa seiva vital o homem fica exposto ao perigo de sucumbir à antiga tentação de querer redimir-se a partir de si mesmo – utopia que, de diferentes modos, na Europa do Séc. XX causou, como ressaltou o Papa João Paulo II, 'um regresso sem precedentes na atormentada história da humanidade' (Ensinamentos, XIII/1, 1190, pg.58)." (Audiência geral de 9 de abril de 2008) (RL)







All the contents on this site are copyrighted ©.