2012-07-11 12:27:34

Crônica: Comidas estranhas do Japão


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Tóquio (RV) - Amigos e amigas que ouvem o Programa Brasileiro, transmitido pela Rádio Vaticano, recebam uma saudação fraterna.

Viajando por diversas partes do mundo, tive a oportunidade de experimentar várias comidas estranhas, nojentas e de aparência repugnante para nossos paladares e olhos de visitantes ou migrantes, mas normais e muito apreciadas pelos cidadãos locais. Aos poucos fui descobrindo que ingerir ou não certas comidas depende mais da ideia ou filosofia associada ao ato de comer. Percebi que em muitas culturas,quando se trata de comida, privilegia-se o paladar e sabor convidativos bem mais do que o sustento correto do corpo e que, em outras, tem mais importância a opção por alimentos saudáveis.

Se tomarmos em conta como definição de que Arte Culinária é uma forma de tornar comestível alguma coisa que não o é ou dar sabor ao que não tem , usando a interferência da tecnologia industrial, percebemos que tal arte pode estar intimamente associada a um aumento de consumo de certas comidas para visar primordialmente, mais o lucro do que a saúde dos consumidores. Os Japoneses são mundialmente reconhecidos pela sua longevidade, especialmente os habitantes do Arquipélago de Okinawa. Existe muita unanimidade em atribuir esse fato à comida saudável, natural, sem a interferência da tecnologia industrial na alimentação, muito apreciada pelos okinawanos.

Graças à introdução do Budismo, religião avessa à matança de animais,os japoneses passaram a buscar alternativas de poder nutritivo. A soja se transformou numa excelente fonte de alimentos. Podemos destacar dois: o tofu e o natto.

O tofu é o queijo de soja, encontrado em grande variedade nos supermercados, riquíssimo em proteínas, comido com molho de soja, usado em sopas e no preparo de muitos pratos à base de peixe. Outro item importantíssimo, especialmente no desjejum dos japoneses é o natto que vai bem com o arroz ou comido com cebolinha picada. São grãos de soja, parcialmente fermentados, que provocam reações que vão do “delicioso” ao “detestável”, mesmo entre os japoneses. O aroma e a consistência não são nada atraentes e para estrangeiros pode ser uma prova de fogo. Muitos só conseguem comer natto quando é inserido no sushi, misturado à mostarda ou como aperitivo acompanhado por cerveja ou saquê. É rico em proteínas e bom para a saúde.

No Japão há também o wasabi, plantinha de cuja raiz amassada e esfarelada, se produz um tempero forte que chega a tirar a respiração e dar prurido na garganta, especialmente para os “marinheiros de primeira viagem”. Contudo ele é ótimo para evitar que os alimentos ingeridos em estado natural, como o peixe cru, apodreçam no aparelho digestivo das pessoas. É antibiótico e contém grande quantidade de vitaminas.

Chego à conclusão de que as pessoas que só comem o que satisfaz o paladar podem estar perdendo a oportunidade de de ter uma vida longa e saudável.

Missionário Pe. Olmes Milani CS
Do Japão para a Rádio Vaticano







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