Dia Mundial do Mar - Mensagem do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes
e Itinerantes a favor dos marinheiros
Celebra-se neste domingo 8 de Julho o Dia Mundial do Mar. Por essa ocasião o Conselho
Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes publicou uma mensagem em que
recorda que “os marinheiros e as suas famílias não são invisíveis aos olhos de Deus
e da Igreja. É desde mais de 90 anos – recorda o cardeal António Maria Vegliò - que
o Apostolado do Mar reconhece o árduo trabalho que os marinheiros levam avante, as
suas dificuldades e sofrimentos, acompanhando-os com diversas acções pastorais asseguradas
por capelães e voluntários. O Presidente do Conselho Pontifício exprime, portanto,
o desejo de que as comunidades cristãs e a sociedade em geral reconheçam, antes de
mais, os marinheiros como seres humanos que contribuem para tornar a nossa vida mais
confortável, e agradece-lhes pelo seu trabalho e sacrifício”.
Antes da globalização,
a industria marítima – lê-se na mensagem – desempenhou um papel importante no transporte
de bens de consumo, matérias primas e produtos acabados, assim como um grande número
de emigrantes. Isto é válido ainda hoje, tanto é que 90% do comercio mundial movimenta-se
por via marítima e milhões de passageiros realizam viagens de prazer a bordo de navios
cruzeiros. Mas muitas vezes, devido ao pouco tempo em terra, os marinheiros permanecem,
todavia, invisíveis à sociedade, a não ser quando se fala de algum naufrágio ou ataque
de piratas.
Nós – continua o Cardeal Vegliò na mensagem – consideramos os
marinheiros mão de obra qualificada e profissional e constatamos que desempenham o
seu trabalho em condições extremamente difíceis a bordo de barcos por vezes muito
velhos, enferrujados, vítimas de criminalizações, do abandono e muitas vez mal pagos
ou mesmo sem paga nenhuma.
Para o Conselho Pontifício os marinheiros são pessoas
que atracam em terras estrangeiras e que necessitam de um sorriso, de uma palavra
de consolo e apoio, de um transporte para a cidade, de um lugar onde relaxar-se, sem
ser discriminados pela sua origem, cor da pele ou religião. É preciso dar-lhes maior
protecção contra os abusos e explorações – recorda o Conselho Pontifício para a Pastoral
dos Migrantes e Itinerantes - renovando o apelo a fim de que a Convenção sobre o Trabalho
Marítimo de 2006 seja ratificada o mais breve possível, a fim de garantir plena protecção
e condições de trabalho mais dignas ao milhão e duzentos mil marinheiros do mundo
inteiro.
O Conselho convida ainda a participar no XXIII Congresso Mundial
do Apostolado do Mar a ter lugar na Aula do Sínodo, no Vaticano, de 19 a 23 de Novembro
próximo, sobre o tema: “A nova evangelização no mundo marítimo: novos meios e instrumentos
para proclamar a Boa Nova”