2012-07-06 16:35:00

FAO avança para conter especulação que deixa alimentos mais caros


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Roma (RV) - Um encontro que reuniu, nesta sexta-feira, em Roma, o Presidente da República Dominicana, Leonel Fernández, e o Diretor-Geral da FAO, José Graziano da Silva, debateu um assunto que afeta toda a população mundial: a variação nos preços dos alimentos. Fernández expressou aquela que seria a principal preocupação para seu país.

“O fato de que haja um aumento no preço dos produtos de consumo básico e que isso provoque inquietude na população. Quando há especulação e os preços sobem, isso se torna um problema para o mundo inteiro, para os consumidores porque vêem a sua capacidade de compra diminuir justamente num elemento fundamental que é a alimentação. E se isso atinge níveis excessivos, obriga o governo a subsidiar e, quando isso acontece, provoca também um deficit fiscal que pode ainda significar, eventualmente, um deficit de conta corrente e, portanto, um transtorno na estabilidade macroeconômica. O que queremos é que sejam adotadas medidas que contribuam para manter a estabilidade relativa dos preços”.

Especulação

Fernández ainda lembrou que o encontro desta sexta-feira, em Roma, segue aquilo determinado por uma resolução da ONU para refletir sobre a complexidade do tema da alta nos preços dos alimentos e da volatilidade. Contudo, para compreender a maneira como ambos, combinados ou não, atingem as populações mundiais, é preciso conhecer as causas.

“Para nós as causas estão claras. Há problemas na base dos mercados e, quando os especuladores os identificam, aproveitam para exacerbar ainda mais, para amplificar ainda mais os preços dos produtos. É isso que temos que documentar para que se entenda de uma vez por todas que este é o problema que está acontecendo”.

SIMA

Para enfrentar o problema, o Diretor Geral da FAO, José Graziano da Silva, recordou o Sistema de Informação para o Mercado Agrícola (SIMA) - disponíveis online no site da FAO - já está funcionando há quase um ano principalmente com dados repassados pelos países.

“O que a FAO precisa é um pouco mais de recursos para poder abarcar outros mercados além das informações de preços e quantidades: os mercados de estoques, físico e os mercados ao futuro”.

Incertezas

Os preços dos alimentos caíram nos últimos meses. Todavia, continuam mais altos se comparados com décadas anteriores e a tendência é de alta. Essa volatilidade dos preços pode comprometer a produção e induzir aquelas pessoas que estão em situação de insegurança alimentar à situação de fome.

“Depois de três meses consecutivos (de queda) estamos detectando uma certa reação de preços que vem, basicamente, puxada pela elevação do preço do milho norte-americano em função de uma quebra de safra dos rendimentos esperados da safra que está sendo colhida nos Estados Unidos. Isso deve impactar outros mercados. O milho é como o “petróleo”, ele entra em toda a cadeia agroalimentar. Então, certamente, outros preços substitutos como o trigo e o arroz serão afetados embora não haja quebra de safra destes outros produtos”.

Agricultura

Aos produtores, Graziano aconselha que fiquem atentos não somente aos índices do mercado mundial.

Os agricultores têm que seguir atentamente essas indicações de preços, não apenas os índices da FAO, mas aqueles nacionais. Isso porque há uma grande diferença entre o que acontece nos mercados internacionais e o que acontece em cada um dos países, principalmente quando são países produtores. Os brasileiros, por exemplo, terão um comportamento diferenciado porque dependerão muito mais das condições internas do que apenas dos mercados internacionais”.








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