Trípoli (RV) - "Pela primeira vez na sua história, se realizam na Líbia eleições
realmente livres. Não é de se surpreender se houver problemas. Espero, no entanto,
que o voto ocorra na paz e seja correto."
Assim, Dom Giovanni Innocenzo Martinelli,
Vigário Apostólico de Trípoli, comenta à Agência Fides a vigília deste sábado, para
eleger os 200 representantes da Assembleia Nacional Líbica, que deverá, depois, nomear
o novo governo interino e uma comissão para redigir a nova Constituição.
"Vejo
que a população está amadurecendo este evento. No início havia um pouco de indecisão,
mas agora penso que sejam capazes de enfrentar esta prova, com a vontade de superá-la",
afirma Dom Martinelli.
O Vigário Apostólico de Trípoli nota também outro aspecto
da situação: "Se a Líbia está fazendo a sua parte e são apreciáveis os esforços que
está fazendo para reencontrar seu equilíbrio, vejo também que existem grupos e organizações
estrangeiras e internacionais que, com a desculpa de ajudar a Líbia, fazem seus interesses
ou não têm uma conduta transparente. Todos nos esforçamos para ajudar a Líbia, mas
quantas são as pessoas que o fazem com verdadeiro desinteresse, com pureza de coração
e de espírito?", pergunta-se Dom Martinelli.
O Vigário Apostólica irá a Lourdes,
na segunda-feira, em peregrinação para pedir à Nossa Senhora, que é reconhecida pelos
muçulmanos como a mãe do Profeta Issa, ou seja, Jesus, “para que possa ajudar este
povo a crescer e a reencontrar a paz”.
Segundo dados fornecidos pela Comissão
Eleitoral, há 2501 candidatos independentes e 1206 filiados a 142 partidos políticos.
Os eleitores chamados às urnas são dois milhões e 700 mil. Os líbicos residentes no
exterior já começaram a votar.