Memorial se transforma em Santuário Nacional do Japão
Cidade do Vaticano (RV) – O memorial de Nishizaka, nas redondezas de Nagasaki,
tornou-se santuário nacional do Japão. A decisão foi tomada pela Conferência Episcopal.
Neste lugar, em 1597 foram crucificados o padre jesuíta Paulo Miki e outros
25 cristãos por ordem da máxima autoridade militar (shogun) da época, Toyotomi Hideyoshi,
intencionado a instaurar o budismo e a expulsar todos os pregadores cristãos. Naquela
época, famílias cristãs eram ameaçadas se não se convertessem, igrejas eram queimadas
nas aldeias e as propriedades particulares confiscadas. Os missionários trabalhavam
na clandestinidade até que o shogun ordenou sua prisão e a dos catequistas em Kyoto,
Osaka e Nagasaki. Pauo Miki foi então preso em 1596, e no cárcere, tornou-se uma referência
para todos: exemplo de coragem e constância no sofrimento por sua fé.
Ao recusar-se
em renegar sua religião, foram ameaçados de morte, mutilados e obrigados a marchar
de Kyoto a Nagasaki. Deveriam ser crucificados. Seis eram franciscanos, três pertenciam
à Companhia de Jesus, e oito eram leigos. Foram executados em 5 de fevereiro de 1597,
rezando em silêncio, cantando salmos e perdoando a voz alta seus perseguidores e carnífices.
Foram os primeiros mártires cristãos do Japão.
“Como Cristo, foram conduzidos
a um local no qual eram mortos criminosos comuns. Como Cristo, doaram suas vidas a
fim de que todos acreditássemos no amor do Pai” – disse João Paulo II ao visitar a
Colina dos Mártires, em fevereiro de 1981.
Agora, os bispos criaram o ‘percurso
de fé’, que liga Kyoto, Osaka, Hiroshima, Fukuoka e Nagasaki, todas as dioceses no
caminho percorrido por Pauo Miki e seus companheiros. (CM)