IBGE: católicos ainda são maioria no Brasil, mas aumenta diversidade religiosa
Brasília (RV) - De acordo com o Censo Demográfico 2010, do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), os católicos permanecem sendo maioria, embora haja
uma maior diversidade religiosa da população brasileira.
Os dados mostram que
64,6% da população professa a fé católica, havendo 72,2% de presença deste credo no
Nordeste, 70,1% no Sul e 60,6% no Norte do país. A proporção de católicos foi maior
entre as pessoas com mais de 40 anos, chegando a 75,2% no grupo com 80 anos ou mais.
A
análise mostra que outros 22,2% da população são compostos por evangélicos, 8% por
pessoas que se declaram sem religião, 3% por outros credos e 2% por espíritas.
Por
sua vez, o Censo Anual de 2010 realizado pelo Centro de Estatística e Investigações
Sociais (CERIS) — entidade brasileira de pesquisa religiosa fundada pela Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) — revelou uma “Igreja Viva”. É o que afirma a
análise sociológica da evolução numérica da presença da Igreja no Brasil, feita pelo
sociólogo Padre José Carlos Pereira, que também é colaborador do CERIS.
De
acordo com o sociólogo, os dados apontam para o aumento do número de paróquias e para
a criação de novas dioceses, mostrando uma Igreja em constante crescimento:
“Os
teóricos da secularização dizem que a religião está fadada ao fracasso, mas o que
vemos é o contrário, pois à medida que surge a necessidade da criação de mais paróquias
e estas de serem setorizadas, ampliando, assim, o seu alcance, supõe-se que os resultados
são de uma maior adesão religiosa, inclusive de pessoas afastadas”, especifica o texto.
O
centro de estatísticas também apontou um crescimento considerável em relação às vocações
sacerdotais e religiosas, confirmando no Brasil a tendência do aumento do número de
sacerdotes diocesanos e religiosos no mundo — conforme divulgou o Setor Estatístico
do Vaticano, na semana passada, ao afirmar que o número passou de 405 mil para 413
mil.
“O quadro geral mostra uma vitalidade da religião católica, por meio de
um borbulhar de novas modalidades, ou novas formas de viver a fé católica, por meio
das novas comunidades, novos movimentos eclesiais e da volta às origens dos ideais
das primeiras comunidades cristãs, que tem refletido outro quadro estatístico, que
é da evolução do número de presbíteros entre os anos de 1970 e 2010, conforme vemos
na atual planilha do CERIS”, destaca a a pesquisa.
Fazendo uma análise dos
dados, constatou-se que “isso indica um retorno ao catolicismo dos afastados, mas
também uma identificação maior daqueles que já praticavam o catolicismo, mas não se
sentiam muito firmes, identificados com a doutrina católica. Sendo assim, por mais
que se diga que houve aumento no número dos que se dizem sem religião, ou que cresceu
o interesse e as adesões a novos grupos religiosos e a novas igrejas, a Igreja Católica
se revela ainda mais estruturada e em franca expansão, com seus empreendimentos missionários
como, por exemplo, os que foram propostos pela Missão Continental”.
A distribuição
de padres por habitantes é outro fator levantado pela pesquisa. Em 2000 eram 16.772
padres. Em 2010 chegou a 22.119 padres. Em 2000 havia pouco mais de 169 milhões de
habitantes e para cada sacerdote eram 10.123,97 habitantes. Dez anos depois havia
aproximadamente 190 milhões de habitantes e cada padre teria o número de 8.624 habitantes.
A
concentração do clero por regiões brasileiras, segundo a pesquisa do CERIS, mostrou
que havia uma concentração maior na região sudeste em detrimento das outras regiões.
Do total de padres no país a região sudeste concentrava quase metade dos sacerdotes,
com 45%. O sul ficava com um quarto da população de padres, 25%, o nordeste 16%, o
centro-oeste apenas 9%. Já o norte seria a região com menos padres, apenas 3%. (CNBB/ED)