Rio de Janeiro (RV) - O dia 29 de junho é marcado por uma solenidade muito
especial na vida da Igreja, que recorda os dois pilares da fé cristã que, com afinco
e dignidade, trabalharam para que nossa fé crescesse e se consolidasse. A Solenidade
de São Pedro e de São Paulo por razões pastorais, no Brasil, é transferida para o
domingo seguinte. Estes apóstolos foram homens de pregação e de testemunho eloquentes,
que ensinaram para toda a Igreja um ardor sempre crescente pelas coisas de Deus. A
fé de Pedro e o ardor missionário de Paulo são motivos de bendição a Deus, que opera
maravilhas na vida de seus santos em favor de todo o gênero humano. Ambos, por causa
do Evangelho, ofereceram livremente suas vidas e foram martirizados em Roma. Pedro
por crucifixão e Paulo por decapitação.
Pedro recebeu a missão especial de
conduzir o rebanho de Cristo, a Igreja. Paulo anuncia a Boa-Nova e proclama às nações
a Palavra, manifestando-lhes o Evangelho da Salvação. O anúncio e o pastoreio, em
comunhão com os mais profundos ensinamentos de Jesus, fazem da Igreja um sustentáculo
vivo de edificação de vidas comprometidas com o Reino de Deus aqui na Terra. A Igreja,
como guardiã do "depósito da fé", vê em Pedro e em Paulo anunciadores ímpares e fundamentais
para o crescimento da Palavra de Deus no mundo inteiro. Por esse motivo celebramos,
neste dia, o Dia do Papa. O Papa é o sucessor do Apóstolo Pedro e tem a missão de
conduzir a Igreja na Verdade, que é Cristo, firmada e alicerçada sempre mais na Palavra
de Deus e no Testemunho dos apóstolos.
Portanto, é um dia especial de oração
pelo Santo Padre, o Papa Bento XVI, pedindo que Deus o conserve e o ilumine com todas
as luzes para bem servir à Igreja e ser sinal para o mundo. Os sofrimentos vividos
com serenidade e paz pelo Papa Bento XVI são sinais da fortaleza do Espírito Santo
em sua vida. A Igreja recolhe hoje em todas as missas o “óbolo de São Pedro”, como
presente ao Santo Padre, que ele utiliza para as obras caritativas pelo mundo.
Pedro e Paulo são considerados "colunas mestras" da Igreja primitiva. Eles são responsáveis,
sem dúvida, pelo desenvolvimento da Igreja tal qual aconteceu. Suas personalidades
diferentes, mas colocadas a serviço da evangelização, celebradas no mesmo dia, são
expressão da natureza da Igreja – comunhão na diversidade. Diversidade de carismas
e ministérios e um único Senhor e mestre: Jesus Cristo. Com tudo e com todos, como
diria São Paulo, tornar Cristo sempre mais conhecido e amado, seguido e testemunhado.
Olhando
para este contexto de comunhão na diversidade, é notável o testemunho de assistência
do Espírito Santo à sua Igreja. Em cada época e situação ele suscita na Igreja um
Pontífice, chamado a dar ênfase numa determinada questão de época enfrentada pela
Igreja. Cada qual dá seu testemunho e sua colaboração segundo as inspirações do próprio
Deus para nós.
Esta solenidade nos ajuda a rezar por toda a Igreja e perceber
a presença contínua do Senhor junto dela, ajudando-a a enfrentar as adversidades e
as ondas gigantes que se lançaram no passado, e ainda hoje, sobre a barca de Pedro,
conduzida agora por Bento XVI. A Igreja está edificada sobre a pedra angular, que
é Cristo, e por isso mesmo nunca estará só.
Os apóstolos Pedro e Paulo são
modelos de discípulos de Jesus, missionários do Mestre, seguidores do Cristo. A pregação
de Pedro, constante e convincente, mostra que Jesus constituiu a sua comunidade a
partir de pessoas fracas e simples, pequeninas, revelando que Deus se utiliza dos
fracos para confundir os fortes, e assim vai se realizando a história da salvação.
Olhando para o exemplo de Pedro e Paulo, rezemos por toda ação missionária
da Igreja em nossos tempos, com seus muitos e complexos desafios para a evangelização.
Que assim como Pedro e Paulo encontraram caminhos e posturas coerentes para superarem
as situações próprias de seu tempo, Bento XVI também os encontre e possa, assim, continuar
conduzindo a Igreja de Cristo pelos mares da Contemporaneidade. Que a Igreja leve
Cristo a todos e em todas as situações.
Rezemos juntos pelo Santo Padre o Papa:
"Ó Deus, que na vossa providência quisestes edificar a vossa Igreja sobre São Pedro,
chefe dos apóstolos, fazei que o nosso papa Bento XVI, que constituístes sucessor
do apóstolo Pedro, seja para o vosso povo o princípio e o fundamento visível da unidade
da fé e da comunhão na caridade. Concedei ao que faz às vezes do Cristo na Terra confirmar
na fé seus irmãos para que toda a Igreja se mantenha em comunhão com ele no vínculo
da unidade, do amor e da paz até que, em vós, pastor das almas, cheguemos todos à
verdade e à vida eterna". Amém!
Que São Pedro e São Paulo continuem assistindo,
com a sua graça e exemplo, ao Papa e ao Colégio Universal dos Bispos para testemunhar
Cristo Bom Pastor, que guia a Igreja pelo mundo!
† Orani João Tempesta, O.
Cist. Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ