2012-06-28 11:52:58

Bispos malaios apóiam Comissão "Verdade e Reconciliação"


Kuala Lumpur (RV) – A Igreja malaia é favorável à instituição da “Comissão pela verdade e a reconciliação” que deve examinar questões como a corrupção e a discriminação no país.

Segundo a Agência Fides, a proposta foi lançada pelo movimento pela transparência "Bersih" que promove desde o ano passado uma grande campanha na sociedade civil malaia para pedir transparência no processo eleitoral. Dom Paul Tan Chee Ing, Bispo de Melaka-Johor e Presidente da Conferência Episcopal, expressou apoio à ideia da Comissão que vai indagar sobre as relações entre os diversos componentes étnicos e religiosos na sociedade. “O atual governo, com efeito, discrimina quem não professa o Islã” – diz Ambiga Sreenevasan, presidente do "Bersih", invocando como urgente a reconciliação nacional.

Dom Paul Tan declarou seu apoio à proposta de "Bersih" porque “não toma partido de nenhum agrupamento político”. O Bispo se concentra especialmente na liberdade religiosa, notando a relação com a verdade, que brota da dignidade de todo ser humano: “Todo homem nasce com um impulso inato pela liberdade e pela busca da verdade, que deve levar, como último fim, ao amor” – explica o Bispo.

“No entanto, para alcançar a verdadeira liberdade, é necessário remover todos os obstáculos como preconceitos, opiniões distorcidas, ódio, raiva, avidez, que levam à corrupção. Isto significa que a reconciliação com os outros é um pré-requisito para se obter a verdadeira liberdade”. Por isso, conclui o Bispo, toda a sociedade malaia deve apoiar a Comissão, porque “toca a natureza fundamental de todo ser humano”.

A respeito das discriminações dos cidadãos não-muçulmanos, tema mencionado várias vezes pelo "Malaysian Consultative Council of Buddhism, Christianity, Hinduism, Sikhism and Taoism" (MCCBCHST), Dom Tan cita alguns exemplos: a enorme dificuldade de obter a aprovação para a construção de igrejas ou templos; a carência de lugares para a sepultura de não-muçulmanos e o problema das conversões forçadas ao Islã. Enfim, pede um esforço do governo "para remediar esta discriminação”.
(CM)








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