Santa Sé pede transparência na concessão de empréstimos a países desfavorecidos
Genebra (RV) - Está em andamento em Genebra (Suíça), na sede das Nações Unidas,
a 20ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos.
Nos dias passados, o Observador
Permanente da Santa Sé, Arcebispo Silvano Maria Tomasi, fez um pronunciamento sobre
o tema “dívida externa e direitos humanos”, em que pede maior transparência na concessão
de empréstimos para os países desfavorecidos.
Dom Tomasi reiterou que toda
atividade econômica deve respeitar a dignidade humana. Portanto, também a riqueza
e a dívida devem servir o bem comum. Caso contrário, se a justiça é violada, a dívida
se torna um instrumento de exploração, especialmente dos pobres e marginalizados.
Dom Tomasi recordou que as relações financeiras que aumentam as desigualdades
são contrárias à justiça. E reiterou a necessidade de combater a corrupção em todos
os níveis, de modo a evitar os erros do passado, quando os empréstimos eram feitos
por líderes políticos para fins duvidosos e não para o bem das populações.
Por
isso, disse o Observador, a Santa Sé defende uma reforma que corrija as injustiças
cometidas. Ao mesmo tempo, uma maior transparência ajudará a prevenir níveis de dívida
insustentáveis para as nações em desenvolvimento.
A dívida, observou Dom
Tomasi, não deve ser vista como um problema exclusivamente econômico. A dívida incide,
de fato, sobre as “futuras gerações e incide sobre as condições sociais que impedem
a promoção dos direitos humanos de um grande número de pessoas”.