Roma (RV)
– A visita de trabalho à Itália do Ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges
Chikoti, na última semana serviu não somente para a assinatura de acordos bilaterais
entre os dois países, mas também para uma análise das relações entre a Igreja Católica
e o Estado angolano.
A “diplomacia” entre Igreja e Governo foi muito abalada
pelas recentes guerras no país (a última em 2002) e, também, pela questão da restrição
do sinal da Rádio Ecclesia somente à capital Luanda – mesmo havendo uma permissão
para a expansão do mesmo para toda Angola. Contudo, Chikoti destacou que essa relação
está evoluindo.
“Eu penso que essas relações andaram um pouco lentas mas agora
tenho cada vez mais a certeza que elas também entraram num bom caminho. Estive a trocar
algumas impressões com o nosso embaixador junto à Santa Sé e existe, naturalmente,
algumas dificuldades, que vão sendo ultrapassadas com o tempo. Este que foi um fator
importante mas, sobretudo, também a boa vontade do povo angolano e da Igreja Católica
faz com que hoje tenhamos uma situação muito melhor do a que tínhamos a 10 anos atrás.
Portanto, tudo isso entra na mesma dinâmica da consolidação das relações entre o Estado
e a Igreja e sobretudo entre o governo de Angola e a Santa Sé”.
O bispo-auxiliar
eleito da Arquidiocese de Luanda, Dom Zeferino Martins, também esteve em Roma na última
semana. Na quarta-feira ele acompanhou a Audiência Geral com o Papa, na Sala Paolo
VI.
“É a primeira vez que participo da Audiência. Sente-se o calor humano
em torno ao Santo Padre o que manifesta que junto estamos para construir a Igreja
de Cristo. Do Coração de Jesus, de onde brota toda a fé, nós como seguidores de Cristo,
devemos estar dotados desta fé para que possamos anunciar vida”.
Família
Dom
Martins ainda fez uma análise sobre o papel da família na sociedade de hoje.
“A
família Cristã é o fundamento, a base da sociedade inteira. Não podemos contruir o
homem sem a família, sem ela a sociedade deixa de existir”.