2012-06-23 13:54:43

Impeachment do Presidente do Paraguai: Igreja pede "solução pacífica"


Assunção (RV) – “Dirigimos aos representantes do Estado e aos cidadãos a nossa exortação à paz e à salvaguarda da vida humana como valor supremo”: este é o apelo lançado pela Conferência Episcopal do Paraguai, no momento no qual o País vive “uma grave crise política”.

O presidente Fernando Lugo (na foto em seu discurso em que disse acatar a decisão do Senado) sofreu “impeachmeant” nesta sexta-feira por “não ter sabido gerir" um confronto armado no último dia 15 de junho entre a polícia e um grupo de sem-terras – que deixou 17 mortos em ambos lados – durante uma desocupação na região de Curuguaty.

Chamando atenção à importância do Estado de direito e da necessidade de se respeitar a Constituição e os direitos humanos, os bispos do Paraguai exortam à “prudência política” e pedem aos “representantes políticos, às organizações sociais, aos sindicatos e aos cidadãos para que mantenham a calma e a serenidade, evitando qualquer tipo de confronto e de violência que coloque em perigo a integridade e a vida das pessoas”.

Outro apelo é feito aos meios de comunicação, para que trabalhem “com prudência e equilíbrio” fornecendo “informações verídicas e responsáveis que contribuam para uma adequada orientação da opinião pública e à pacificação dos ânimos”.

A Igreja do Paraguai convida todas as comunidades eclesiais a rezar pelo País. No entanto, em memórias das vítimas de Curuguaty, neste sábado, às 15h, a Arquidiocese de Assunção organiza um momento de oração e uma Santa Missa, sob o tema “Unidos pela paz e a justiça no Paraguai”.

“Rezamos pelas vítimas, os feridos e as suas famílias – lê-se na nota da arquidiocese – rezamos para que sejam encontradas soluções para a tão desejada Reforma Agrária”. Ao destacar que “existe uma má distribuição da riqueza no País” e que “é necessário encontrar uma solução para a falta de terras” ao mesmo tempo em que seja evitada a “manipulação das terras para fins políticos”, a Igreja do Paraguai condena qualquer saída que use a violência que “em um Estado de direito, é privada de qualquer justificativa”, já que “gera somente ainda mais violência”.

Por fim, o “apelo para que o Estado garanta a justiça e os bens materiais indispensáveis para uma vida digna”, proporcionando o diálogo entre as partes em causa e “evitando mais derramamento de sangue”. “Um país sem paz – conclui a Arquidiocese de Assunção – é um País sem direção”.

Atualização 24.06.12 às 10:53

Ministério das Relações Exteriores
Assessoria de Imprensa do Gabinete

Nota à Imprensa nº 155
23 de junho de 2012

Situação no Paraguai

O Governo brasileiro condena o rito sumário de destituição do mandatário do Paraguai, decidido em 22 de junho último, em que não foi adequadamente assegurado o amplo direito de defesa. O Brasil considera que o procedimento adotado compromete pilar fundamental da democracia, condição essencial para a integração regional.

Medidas a serem aplicadas em decorrência da ruptura da ordem democrática no Paraguai estão sendo avaliadas com os parceiros do MERCOSUL e da UNASUL, à luz de compromissos no âmbito regional com a democracia.

O Governo brasileiro ressalta que não tomará medidas que prejudiquem o povo irmão do Paraguai.

O Brasil reafirma que a democracia foi conquistada com esforço e sacrifício pelos países da região e deve ser defendida sem hesitação.

O Embaixador do Brasil em Assunção está sendo chamado a Brasília para consultas.


(RB)







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