Rio de Janeiro (RV) - Em mensagem aos líderes mundiais reunidos na Rio+20,
a Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE) aponta que para o
debate ganhar relevância, deve propor mudanças que levem as pessoas a “distinguir
o essencial do supérfluo”.
Neste sentido, os bispos europeus consideram que
a busca por uma “economia verde”, em destaque na Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável, será infrutífera se incluir apenas alterações na produção
e não no consumo.
O documento, assinado pelo Presidente, Cardeal Reinhard Marx,
aponta que “o modelo atual de consumo dá demasiada importância à circulação de bens
materiais e tende a ignorar outras dimensões do desenvolvimento sustentável e da dignidade
humana”.
Abordando concretamente a questão do aquecimento global, uma das principais
ameaças à sobrevivência da Terra, o Arcebispo de Munique reitera que a responsabilidade
deste problema recai em primeiro lugar nos países mais desenvolvidos. O líder da COMECE
defende ainda a “atribuição de condições especiais às nações mais desfavorecidas”,
indo ao encontro do que ficou determinado na primeira cimeira do Rio, a Eco-92.
A
COMECE, que reúne delegados de 26 conferências episcopais do Velho Continente, alerta
que a definição de soluções rumo ao desenvolvimento sustentável é “mais urgente do
que nunca num mundo onde milhões de pessoas são obrigadas a conviver diariamente com
a falta de comida, de água potável, de energia, saúde e educação”. (CM)