2012-06-21 19:38:53

Nova Evangelização e Redemptoris missio – a missão de Cristo Redentor


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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, mais uma vez estamos de volta ao nosso encontro semanal dedicado à nova evangelização. Na edição passada iniciamos nossa revisitação à Redemptoris missio, Carta encíclica de João Paulo II sobre a validade permanente do mandato missionário, publicada em 7 de dezembro de 1990.

Nossa revisitação a alguns documentos magisteriais pertinentes à ação evangelizadora da Igreja se insere como iniciativa de preparação para a XIII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos de outubro próximo, Sínodo este cuja edição terá como tema "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã".

Não se trata apenas de uma revisitação, mas de colher novamente aqueles elementos basilares presentes em nossa rica tradição magisterial dos quais partir para uma reflexão, debate e discussão a que são chamados os padres sinodais. De fato, a partir deles e à luz das situações novas que se nos apresentam, os padres sinodais devem buscar responder à urgência de uma nova evangelização – questão prioritária para a Igreja em nossos dias.

Ao apresentarmos brevemente a encíclica, dissemos, na edição passada, que com ela João Paulo II quis convidar toda a Igreja a renovar o seu empenho missionário. Detivemo-nos, por razão de tempo, ao nº 1 do documento magisterial.

Na edição de hoje retomamos a Redemptoris missio trazendo o nº 2. Nele, o Papa Wojtyla destaca, dentre outros, que a missão compete a todos os cristãos e que a grave crise da espiritualidade missionária é sinal de crise da própria fé, apresentando-nos, em seguida, motivos e finalidades de sua encíclica. Diz o texto no nº 2:

2. "Já são muitos os frutos missionários do Concílio: multiplicaram-se as Igrejas locais, dotadas do seu bispo, clero e agentes apostólicos próprios; verifica-se uma inserção mais profunda das Comunidades cristãs na vida dos povos; a comunhão entre as Igrejas contribui para um vivo intercambio de bens e dons espirituais; o empenhamento dos leigos no serviço da evangelização está mudando a vida eclesial; as Igrejas particulares abrem-se ao encontro, ao diálogo e à colaboração com os membros de outras Igrejas cristãs e outras religiões. Sobretudo está-se a afirmar uma nova consciência, isto é, a de que a missão compete a todos os cristãos, a todas as dioceses e paróquias, instituições e associações eclesiais.
No entanto, nesta « nova primavera » do cristianismo não podemos ocultar uma tendência negativa, que, aliás, este Documento quer ajudar a superar: a missão específica ad gentes parece estar numa fase de afrouxamento, contra todas as indicações do Concílio e do Magistério posterior. Dificuldades internas e externas enfraqueceram o dinamismo missionário da Igreja ao serviço dos não-cristãos: isto é um fato que deve preocupar todos os que creem em Cristo. Na História da Igreja, com efeito, o impulso missionário sempre foi um sinal de vitalidade, tal como a sua diminuição constitui um sinal de crise de fé.
À distancia de vinte e cinco anos da conclusão do Concílio e da publicação do Decreto sobre a atividade missionária Ad gentes, a quinze anos da Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi de Paulo VI, de veneranda memória, desejo convidar a Igreja a um renovado empenhamento missionário, dando, neste assunto, continuação ao Magistério dos meus predecessores. O presente Documento tem uma finalidade interna: a renovação da fé e da vida cristã. De fato, a missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações. É dando a fé que ela se fortalece! A nova evangelização dos povos cristãos também encontrará inspiração e apoio, no empenho pela missão universal.
Mas o que me anima mais a proclamar a urgência da evangelização missionária é que ela constitui o primeiro serviço que a Igreja pode prestar ao homem e à humanidade inteira, no mundo de hoje, que, apesar de conhecer realizações maravilhosas, parece ter perdido o sentido último das coisas e da sua própria existência. « Cristo Redentor — como deixei escrito na primeira Encíclica — revela plenamente o homem a si próprio. O homem que a si mesmo se quiser compreender profundamente (.. ) deve aproximar-se de Cristo (...) A Redenção, operada na cruz, restituiu definitivamente ao homem a dignidade e o sentido da sua existência no mundo ».
Não faltam certamente outros motivos e finalidades: corresponder a inúmeros pedidos de um documento deste gênero; dissipar dúvidas e ambiguidades sobre a missão ad gentes, confirmando no seu compromisso os beneméritos homens e mulheres que se dedicam à atividade missionária e todos quantos os ajudam; promover as vocações missionárias; estimular os teólogos a aprofundar e expor sistematicamente os vários aspectos da missão; relançar a missão, em sentido específico, comprometendo as Igrejas particulares, especialmente as de recente formação, a mandarem e a receberem missionários; garantir aos não cristãos, e particularmente às Autoridades dos Países aos quais se dirige a atividade missionária, que esta só tem uma finalidade, ou seja, servir o homem, revelando-lhe o amor de Deus manifestado em Cristo Jesus."

Amigo ouvinte, semana que vem destacaremos alguns pontos do texto e prosseguiremos nossa revisitação. A você, um forte abraço e até lá, se Deus quiser! (RL)







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