Seminário debate projetos de inclusão dos povos ciganos nas suas terras natais
Roma (RV) – Realiza-se em Eger, na Hungria, o Primeiro Seminário Internacional
sobre Projetos de Inclusão dos ciganos (do grupo ROM) na Europa Central e Oriental,
organizado conjuntamente pela Comissão para a Pastoral dos Rom, da Conferência Episcopal
Húngara, e pela Renovabis, uma das maiores organizações católicas da Alemanha.
O
subsecretário do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes,
padre Gabriele F. Bentoglio, deu uma conferência no seminário na tarde desta terça-feira.
Bentoglio apresentou a atividade da Igreja católica em prol do povo ROM, destacando
que “o seu empenho se demonstra tanto na assistência estritamente pastoral, que abrange
a dimensão espiritual, sacramental e litúrgica, quanto no esforço em comum para resolver
graves questões sociais, como a emergência de moradia e de formação escolar e professional”.
O
expoente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes apresentou
as atribuições deste dicastério e dos organismos eclesiais europeus especialmente
atentos aos ciganos, até chegar às atividades de dioceses, paróquias, institutos religiosos
e movimentos eclesiais. Bentoglio falou ainda sobre o empenho do dicastério na colaboração
com organismos internacionais.
A palestra abordou também as orientações para
a pastoral dos ciganos deduzidas do magistério de Bento XVI, com especial referência
ao discurso que o Santo Padre fez aos rom na audiência de 11 de junho de 2011, quando
os recebeu no Vaticano.
Por último, o subsecretário propôs perspectivas para
a futura atividade pastoral neste âmbito. Em síntese, afirmou que “nas últimas décadas,
os governos e as organizações internacionais, mas principalmente as instituições eclesiais,
demonstraram atenção a respeito dos rom, em especial mediante a busca de novos itinerários
e métodos oportunos para melhorar as suas condições de vida, favorecer a sua integração
e promover caminhos de comunhão”.
“Sem esquecer que também foram organizados
encontros de reflexão e empreendidas iniciativas para erradicar fenômenos negativos,
como o ‘anticiganismo’ que parece difundir-se na Europa e que repercute nas estruturas
sociais, obstaculizando o esforço pela criação de uma mentalidade em que a desconfiança
e o preconceito cedam espaço à solidariedade e ao respeito mútuo”.
“O caminho
da integração implica essencialmente o reconhecimento da dignidade e da centralidade
de cada ser humano, em condições de igualdade de direitos e de deveres. Sobre estas
bases fundamentam-se os direitos humanos e os seus limites, entendidos como expressão
de uma visão de humanidade que atribui à pessoa absoluta prioridade e os mais profundos
valores”, concluiu Bentoglio. (Zenit/ED)