2012-06-19 14:10:55

Semiárido nordestino, exemplo de desenvolvimento sustentável. Ouça!


Rio de Janeiro (RV) – A aprovação do rascunho final do documento da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) foi adiada para esta terça-feira, segundo anunciou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antônio Patriota.

A plenária para a votação foi marcada para as 10h30 e se for aprovada, a declaração vai para os chefes de Estado, que se reúnem na cidade a partir desta quarta-feira.

A União Europeia é a principal delegação a demonstrar seu descontentamento com o documento proposto pelo Brasil. Para os europeus, falta "substância" ao texto e só seria possível avançar em pontos de discordância na esfera ministerial.

Eles resistem ainda a aceitar as propostas de alocação de mais recursos de financiamento e a definir, em detalhes, metas e compromissos para todas as nações para os próximos anos.

Enquanto isso, prosseguem os eventos paralelos organizados por ocasião da Rio+20. Nesta segunda-feira, os membros da Cáritas Internacional se encontraram no Auditório do Edifício João Paulo II, para refletirem sobre as questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável, tendo como foco o desenvolvimento solidário.

O membro da Coordenação Nacional da Cáritas Brasileira, Ademar Bertucci, explicou que, apesar do tema central da Rio+20 estar relacionado à questão da economia verde, esse não é o ponto fundamental da Cáritas: a perspectiva econômica de mercado não pode sobressair à perspectiva da pessoa humana.

Na prática, como aplicar o conceito de desenvolvimento sustentável? Vamos conhecer um projeto realizado no nordeste brasileiro, que é a convivência com o semiárido. Quem explica é a Diretora-Executiva da Cáritas Brasileira, Maria Cristina dos Anjos: RealAudioMP3

Uma grande ação da Cáritas no Brasil é relacionada à convivência com o semiárido. Durante muitas décadas, o Brasil tratava a região do semiárido, principalmente a região Nordeste, numa perspectiva de combate à seca, e há uns 10-15 anos no máximo, a Cáritas e outras organizações no Brasil vêm apostando em experiências de convivência, de fazer com que as pessoas percebam que é possível conviver naquele semiárido, que é possível captar água de chuvas, que é possível criar pequenos animais resistentes àquela região, que é possível produzir e ter sementes que crescem naquela região, e isso fez com que o Brasil olhasse para a região semiárida de outra maneira. Hoje, ninguém fala mais de combate à seca, e essa foi uma experiência construída pelas organizações. O governo assumiu essa proposta, investindo recursos principalmente na construção de cisternas para a captação de água da chuva. Mais uma proposta que saiu das experiências das organizações, e a Cáritas foi uma delas, que investiu muito nessa perspectiva de pensar o semiárido não como uma região a combater, mas uma região a conviver a partir do que é aquele bioma.
(BF)







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