IBGE anuncia redução do desmatamento na Amazônia mas índios seguem ameaçados, denuncia
CIMI
Cidade do Vaticano (RV) – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) revelou, nesta segunda-feira, que o desmatamento na Amazônia caiu pela metade
em oito anos. Em 2004, no auge do desmatamento, 27.772 km² de floresta haviam sido
destruídos. Em 2011, o número caiu para 6.238 km².
Durante a Cúpula dos Povos,
encontro que antecede a Rio+20, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) – que na
semana passada trouxe à tona que 247 índios morrem somente em 2011 (51 assassinatos,
26 crianças mortas em decorrência da desnutrição, 44 adultos por falta de atendimento
em saúde e 26 suicídios num total de mais de 60 mil índios que sofreram viôlencias
por omissão do serviço público) – levou aos debates a questão dos índios.
O
Secretário-geral do CIMI, Cleber César Buzatto, concedeu entrevista à Adveniat, no
Rio de Janeiro e falou de que forma o desmatamento afeta os índios brasileiros.
“O CIMI tem
denunciado, nos últimos anos, as cada vez mais frequentes invasões de territórios
de povos indígenas. Territórios estes, no geral, já demarcados. Um dos tipos mais
recorrentes e violentos de invasão é aquele perpetrado pelos madeireiros - a derrubada
e retirada da madeira para o comércio. As consequências são bastante danosas. Temos
citado, por exemplo, o caso do povo Awá-Guaja, que é um povo que ainda não tem contato
com a sociedade. O território onde eles sobrevivem da pesca, da coleta e do extrativismo
está sendo invadido e destruído por empresas madeireiras. Essa invasão e derrubada
da mata têm colocado este povo em sério risco de extinção. Essa é uma das consequências
mais cruéis. Portanto, o avanço da fronteira agrícola junto com a invasão e o desmatamento
das terras indígenas tem colocado muitos povos indígenas em risco de existência. Denunciamos,
ainda, casos de suborno e cooptação de lideranças que acabam gerando divisões e conflitos
internos devido ao assédio que é feito para a efetivação do desmatamento e da retirada
de madeira em terras indígenas”.