2012-06-19 13:32:33

Especial Saúde: pesquisa mostra que leite materno pode impedir transmissão de HIV


RealAudioMP3 Cidade do Vaticano (RV) – A Igreja celebra São Luiz Gonzaga no dia 21 de junho. Portanto, nesta quinta-feira, recorda-se o Santo que dedicou sua vida a cuidar dos doentes, principalmente aqueles atingidos pela peste em 1590. Justamente por ter dedicado sua vida a cuidar da saúde dos que mais precisavam – diz-se que ele morreu infectado pela peste aos 23 anos de idade -, foi proclamado pela Igreja mártir da caridade e patrono da juventude. Recentemente, tornou-se também protetor dos soropositivos para HIV/Aids. Especial Saúde de hoje dedica-se ao tema, trazendo os resultados de uma nova pesquisa que indica que o leite materno pode proteger os bebês do contágio com o vírus.

Publicado pela revista "Public Library of Science Pathogens" e divulgado pelo jornal Estadão, o experimento foi realizado na Universidade da Carolina do Norte, a partir do que se chamou de “ratos humanizados”, ou seja, ratos cuja estrutura genética foi modificada para ficar mais próxima à da humana.

O principal autor do estudo, J. Víctor García, graduado pelo Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey (México), explicou à Agência Efe que "os ratos são, por essência, resistentes à maioria das doenças que afetam os humanos". "Para usá-los neste tipo de estudos, é preciso torná-los parcialmente humanos", ressaltou Garcia.

"Estes ratos são trabalhados um por um, introduzindo-lhes células-tronco da medula óssea humana às seis semanas de idade", acrescentou o pesquisador. "As células humanas vão a todos os órgãos e áreas similares às humanas como boca, esôfago, pulmões, intestino, fígado e sistemas reprodutivos que se enchem de células humanas".

O HIV infecta somente os chimpanzés e os humanos, mas só deixa os humanos doentes. Com a reconfiguração de células humanas, os ratos tornam-se suscetíveis à infecção com o HIV. E a pesquisa mostrou que, em ratos "humanizados", o leite materno humano impede a transmissão oral do vírus HIV.

O experimento foi feito expondo esses ratos ao HIV com e sem a presença do leite materno humano. Nos que foram expostos sem a presença do leite, 100% se contaminou, já nos casos em que o vírus foi introjetado via oral juntamente com o leite 100% ficaram livres da infecção.

Estatísticas recentes indicam que mais de 15% das novas infecções com o vírus HIV ocorrem em bebês e, sem tratamento, apenas 65% deles sobrevive mais de um ano, enquanto menos da metade chega aos dois anos de vida.

O artigo indica uma contradição: embora se atribua ao aleitamento um número significativo dessas infecções em bebês, a maioria dos que são amamentados pelas mães soropositivas não tem a infecção, apesar da exposição prolongada e repetida.

Para resolver a questão sobre se o aleitamento transmite o vírus ou protege contra ele, os cientistas da Escola de Medicina da UNC recorreram a um modelo de rato "humanizado" em laboratório. Constatou-se que "os ratos sensíveis à infecção e que receberam só o vírus adoeceram. Já os que receberam o vírus com leite materno não adoeceram".

"A próxima etapa do estudo é determinar se o leite de mães infectadas tem o mesmo efeito", anunciou o cientista, visto que, nesse estudo, o vírus era misturado ao leite de mães saudáveis.

Contudo, para o pesquisador, essa primeira parte do estudo deu indícios de que o isolamento de produtos naturais poderá ser usado para combater o vírus. Cada vez mais, nos aproximamos das respostas para o tratamento e a eliminação dessa doença. Que São Luís Gonzaga abençoe esse caminho.

(ED)








All the contents on this site are copyrighted ©.