Cidade do Vaticano (RV) - Todos os dias recebemos
notícias que falam da perseguição, da humilhação e da violência contra cristãos provenientes
de todas as partes do mundo. Muitas dessas notícias refletem o momento vivido pelo
cristianismo em algumas regiões do planeta onde o simples fato de carregar uma cruz
no peito, de se dizer cristão, significa ser pessoa de segunda classe e, por isso,
colocada à margem da sociedade local.
Cada vez mais o tema da perseguição
dos cristãos está presente nos pronunciamentos do Santo Padre e de expoentes do Vaticano
- que não cessam de defender o valor da liberdade religiosa. São inquietações provenientes
da Ásia, da África e do Oriente Médio. Nesta última região se tem falado muito sobre
o futuro dos cristãos na Terra Santa: fala-se de um futuro incerto, pois muitos deles
- cansados das adversidades - emigram em busca de um amanhã melhor. A emigração reduziu
drasticamente o número de cristãos em Israel e na Palestina.
Atualmente, entre
os 6,5 milhões de habitantes de Israel há 1 milhão e 250 mil muçulmanos e apenas 162
mil cristãos, metade deles católicos. Os dados falam por si só. O futuro dos cristãos
na Terra Santa está ameaçado, e ainda mais se se perdura o conflito entre israelenses
e palestinos.
Nem mesmo depois da peregrinação realizada pelo Papa Bento XVI,
em maio de 2009, a situação registrou grandes melhoras. Temos hoje uma geração de
cristãos – lamentam-se as lideranças católicas na Terra Santa - que não pode nem mesmo
visitar os Lugares Santos da sua fé que estão a uns poucos quilômetros de suas casas,
isso por causa dos muros e das barreiras. A ferida aberta pela violência e pelo
conflito agrava o problema da migração que, inexoravelmente, priva a minoria cristã
de seus melhores recursos para o futuro. A terra que foi berço do cristianismo corre
o risco de ficar sem cristãos.
Neste contexto, é necessário confirmar a fé
das comunidades cristãs, fato que Bento XVI tem muito presente, confortando constantemente
os cristãos e todos os habitantes da Terra Santa. E o faz com palavras e gestos de
extraordinária atenção, como foi a sua peregrinação àquela bendita terra para confirmá-los
na fé seguindo as pegadas históricas de Jesus.
Na sua visita, o Papa Bento
XVI semeou paz, diálogo e reconciliação. Esperamos ainda que essas sementes dêem frutos,
pelo bem de todos os habitantes e pelo bem da paz de uma terra que todos chamam de
Santa. (Silvonei José)