2012-06-16 11:53:16

Editorial: Um futuro incerto para os cristãos


Cidade do Vaticano (RV) - RealAudioMP3 Todos os dias recebemos notícias que falam da perseguição, da humilhação e da violência contra cristãos provenientes de todas as partes do mundo. Muitas dessas notícias refletem o momento vivido pelo cristianismo em algumas regiões do planeta onde o simples fato de carregar uma cruz no peito, de se dizer cristão, significa ser pessoa de segunda classe e, por isso, colocada à margem da sociedade local.

Cada vez mais o tema da perseguição dos cristãos está presente nos pronunciamentos do Santo Padre e de expoentes do Vaticano - que não cessam de defender o valor da liberdade religiosa. São inquietações provenientes da Ásia, da África e do Oriente Médio. Nesta última região se tem falado muito sobre o futuro dos cristãos na Terra Santa: fala-se de um futuro incerto, pois muitos deles - cansados das adversidades - emigram em busca de um amanhã melhor. A emigração reduziu drasticamente o número de cristãos em Israel e na Palestina.

Atualmente, entre os 6,5 milhões de habitantes de Israel há 1 milhão e 250 mil muçulmanos e apenas 162 mil cristãos, metade deles católicos. Os dados falam por si só. O futuro dos cristãos na Terra Santa está ameaçado, e ainda mais se se perdura o conflito entre israelenses e palestinos.

Nem mesmo depois da peregrinação realizada pelo Papa Bento XVI, em maio de 2009, a situação registrou grandes melhoras. Temos hoje uma geração de cristãos – lamentam-se as lideranças católicas na Terra Santa - que não pode nem mesmo visitar os Lugares Santos da sua fé que estão a uns poucos quilômetros de suas casas, isso por causa dos muros e das barreiras.
A ferida aberta pela violência e pelo conflito agrava o problema da migração que, inexoravelmente, priva a minoria cristã de seus melhores recursos para o futuro. A terra que foi berço do cristianismo corre o risco de ficar sem cristãos.

Neste contexto, é necessário confirmar a fé das comunidades cristãs, fato que Bento XVI tem muito presente, confortando constantemente os cristãos e todos os habitantes da Terra Santa. E o faz com palavras e gestos de extraordinária atenção, como foi a sua peregrinação àquela bendita terra para confirmá-los na fé seguindo as pegadas históricas de Jesus.

Na sua visita, o Papa Bento XVI semeou paz, diálogo e reconciliação. Esperamos ainda que essas sementes dêem frutos, pelo bem de todos os habitantes e pelo bem da paz de uma terra que todos chamam de Santa. (Silvonei José)








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