2012-06-15 14:44:49

Vaticano tem departamento "Cultura e Esporte"


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Cidade do Vaticano (RV) - O Pontifício Conselho da Cultura está assinalando este ano seu 30º aniversário e, no âmbito das comemorações, foi renovada também a sua página na Internet. O site traz agora uma maior quantidade e qualidade visual do conteúdo.

Na manhã de quinta-feira, 14, foi apresentado à imprensa o novo departamento do dicastério, dedicado à “Cultura e Esporte”, que trabalhará em sintonia com o Pontifício Conselho para os Leigos e com a Fundação João Paulo II para o Esporte. Seu objetivo será identificar na conjunção privilegiada entre Igreja, cultura e mundo juvenil um novo areópago de encontro entre crenças e crentes, no mesmo espírito do já conhecido “Pátio dos Gentios”.

A criação do novo departamento ocorre em concomitância com o campeonato europeu de futebol na Polônia e Ucrânia, e as Olimpíadas de julho e agosto em Londres, e em meio à polêmica surgida com os escândalos das apostas clandestinas no futebol italiano.

Dom Carlos Azevedo, bispo auxiliar emérito de Lisboa e atualmente delegado do Pontifício Conselho para a Cultura, foi entrevistado por Pe. José Maria Pacheco, responsável do Programa Português da RV. Ele explica porque o Conselho sentiu a necessidade de criar este departamento:

Na nossa cultura contemporânea, e não só porque as Olimpíadas estão aí, não só porque estamos em pleno Campeonato Europeu, mas porque a dimensão do esporte precisa ser regenerada, não tanto como espetáculo, mas mais como prática: do equilíbrio com o próprio corpo, de uma ascética que o próprio exercício físico exige, da disciplina, mas também da forma como se pode valorizar a dimensão do desporte, a dimensão lúdica, a dimensão da festa, no conjunto da cultura, para que cultura como acontecia no tempo dos gregos, sobretudo, a poesia também fazia parte, as bibliotecas estavam integradas, havia todo um respeito pela plenitude do ser humano. É necessário que o esporte esteja integrado nesta dimensão, porque se valorizou por muito tempo a dimensão exterior do esporte, com um menosprezo da dimensão interior. Vemos, até pela crise que se vive em nível de futebol na Itália, por exemplo, vemos como há tantas vezes uma anti-cultura que também deturpa o sistema. Ao invés de ser algo que valoriza a plenitude do ser humano, acaba por ser deformante, com a idolatria, com ‘jogar para a imagem’, e sobretudo com comércio que está por detrás do esporte, sobretudo do futebol, e que acaba por adulterar o seu sentido mais profundo”.

(CM)







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