2012-06-14 19:50:43

Nova Evangelização e a Redemptoris missio, a validade permanente do mandato missionário


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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, eis-nos de volta ao nosso encontro semanal dedicado à nova evangelização, questão prioritária para a Igreja em nossos dias. Temos neste espaço enfatizado mais vezes o grande evento eclesial a ser celebrado de 7 de 28 de outubro próximo, ou seja, a XIII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, ocasião na qual os padres sinodais – provenientes de todas as partes do mundo – discutirão, debaterão e refletirão em torno do tema "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã".

Tal evento se configurará certamente como um momento de enriquecimento para todos nós, do qual esperamos – com as proposições dos padres sinodais e a ulterior exortação apostólica do Santo Padre – possa trazer indicações preciosas para a ação evangelizadora da Igreja nos anos vindouros, com abundantes frutos pastorais.

Enquanto isso, temos neste espaço recorrido ao rico patrimônio magisterial de que dispomos, revisitando alguns documentos pertinentes à ação evangelizadora, textos estes dos quais os padres sinodais certamente farão tesouro diante da necessidade de responder ao chamado da Igreja à nova evangelização, a uma evangelização que seja "nova em seus métodos, em suas expressões, em seu ardor missionário".

Nesse sentido, dias atrás concluímos nossa revisitação à Evangelii Nuntiandi, do Papa Paulo VI. À grande Exortação Apostólica pós-sinodal de 1975 – que conferiu um notável dinamismo à ação evangelizadora da Igreja nas décadas seguintes – dedicamos uma ampla série de edições neste espaço de formação e aprofundamento do nosso programa.

Na edição de hoje iniciamos nossa revisitação a outro grandioso documento magisterial, a Redemptoris missio, Carta encíclica de João Paulo II sobre a validade permanente do mandato missionário.

Considerando o espaço de tempo de que dispomos, nesta edição nos limitaremos a uma brevíssima apresentação do documento em questão.

A Redemptoris missio – cujo incipit se expressa com as palavras "A MISSÃO DE CRISTO REDENTOR" – foi publicada em 7 de dezembro de 1990, no XXV aniversário do Decreto conciliar Ad gentes (do qual já nos ocupamos), décimo terceiro do Pontificado de João Paulo II.

Após uma introdução, o documento magisterial se apresenta dividido em oito capítulos, os quais aqui citamos brevemente:

Cap. I – Jesus Cristo único Salvador
Cap. II – O Reino de Deus
Cap. III – O Espírito Santo protagonista da missão
Cap. IV – Os imensos horizontes da missão ad gentes
Cap. V – Os caminhos da missão
Cap. VI – Os responsáveis e os agentes da pastoral missionária
Cap. VII – A cooperação na atividade missionária
Cap. VIII – A espiritualidade missionária

A encíclica se encerra com uma breve conclusão confiando à Virgem Maria a Igreja e aqueles que se empenham na atuação do mandato missionário.

Com esta encíclica, João Paulo II quer convidar toda a Igreja a renovar o seu empenho missionário. Já na introdução, afirma que a grave crise da espiritualidade missionária é sinal de crise da própria fé.

Mas vamos diretamente ao texto e vejamos com quais palavras o Papa Wojtyla inicia e motiva a sua encíclica. Por razão de tempo hoje nos limitaremos ao nº 1 do texto:

1. "A MISSÃO DE CRISTO REDENTOR, confiada à Igreja, está ainda bem longe do seu pleno cumprimento. No termo do segundo milênio, após a Sua vinda, uma visão de conjunto da humanidade mostra que tal missão está ainda no começo, e que devemos empenhar-nos com todas as forças no seu serviço. É o Espírito que impele a anunciar as grandes obras de Deus! « Porque se anuncio o Evangelho, não tenho de que me gloriar, pois que me foi imposta esta obrigação: ai de mim se não evangelizar! » (1 Cor 9, 16).
Em nome de toda a Igreja, sinto o dever imperioso de repetir este grito de S. Paulo. Desde o início do meu pontificado, decidi caminhar até aos confins da terra para manifestar esta solicitude missionária, e este contato direto com os povos, que ignoram Cristo, convenceu-me ainda mais da urgência de tal atividade a que dedico a presente Encíclica.
O Concílio Vaticano II pretendeu renovar a vida e a atividade da Igreja, de acordo com as necessidades do mundo contemporâneo: assim sublinhou o seu caráter missionário, fundamentando-o dinamicamente na própria missão trinitária. O impulso missionário pertence, pois, à natureza íntima da vida cristã, e inspira também o ecumenismo: « que todos sejam um (...) para que o mundo creia que Tu Me enviaste» (Jo 17,21)."

Amigo ouvinte, por hoje nosso tempo já acabou. Semana que vem tem mais, se Deus quiser!







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