Bispos da Guatemala: mais participação aos indígenas
Guatemala (RV) – Os bispos guatemaltecos chamam a atenção para a violência
imperante, o vazio de autoridade, a marginalização política, a falta de desenvolvimento,
a emigração forçada, o tráfico de drogas e o contrabando no país centro-americano.
E
em um comunicado, divulgado ao fim de uma reunião nos últimos dias, os bispos apontam
que a situação mais explosiva se verifica na região de Huehuetenango. Ali a tensão
é cada vez maior por causa do projeto de construção de uma usina hidrelétrica, mas
conflitos são vividos cotidianamente em todas as localidades do país.
O episcopado
cita o Documento di Aparecida (84): «Nas decisões sobre as riquezas da biodiversidade
e da natureza, as populações tradicionais têm sido praticamente excluídas». O bispo
de Huehuetenango, Dom Rodolfo Francisco Bobadilla Mata, pediu ao Governo estratégias
orientadas ao respeito da pessoa e da família, garantindo a todos vida, liberdade,
justiça, paz e desenvolvimento integral do indivíduo.
No novo documento —
assinado pelo Presidente, Dom Rodolfo Valenzuela Núñez, e pelo Secretário-geral, Dom
Bernabé de Jesús Sagastume Lemus — a Conferência Episcopal da Guatemala frisa a importância
que o Estado informe e consulte os povos indígenas para encontrar um acordo.
“Eles
escrevem que o país pode crescer com um desenvolvimento humano, integral, solidário
e sustentável utilizando racionalmente os bens naturais e criando empregos, buscando
o bem comum e não só o lucro e o acúmulo de capital, cujos benefícios não chegam ao
povo”.
Os bispos tocam também a questão da poluição ambiental provocada pelas
minas, pedindo “responsabilidade social e ambiental”, no respeito dos direitos e da
cultura das comunidades locais.
A Conferência encerra a nota recordando o
Encontro Mundial das Famílias em Milão, o Ano da Fé convocado por Bento XVI nos 50
anos da abertura do Concílio Vaticano II, o vigésimo ano da publicação do Catecismo
da Igreja Católica e o próximo Sínodo da Nova Evangelização. (CM)