Bento XVI a bispos papuásios: Igreja em defesa da família e em favor do bem comum
Cidade do Vaticano (RV) - A Igreja é chamada a fazer ouvir a sua voz no debate
público a serviço do bem comum. Foi o que afirmou o Papa na audiência concedida neste
sábado aos bispos de Papua Nova Guiné e Ilhas Salomão, em visita "ad Limina".
O
Pontífice reiterou a importância da defesa e promoção da família fundada no matrimônio
e fez votos de uma formação adequada de leigos e consagrados para resistir às tentações
do secularismo.
Quando a Igreja intervém "no debate público, o faz legitimamente
e para contribuir ao bem comum, não para propor soluções políticas concretas." É uma
das passagens candentes do discurso do Papa aos bispos de Papua Nova Guiné e Ilhas
Salomão, no qual evidenciou que os princípios morais indicados pela Igreja são "acessíveis
a todos mediante a razão e são necessários para uma justa ordem da sociedade civil".
Por
isso, acrescentou, encorajo os bispos a "continuarem o diálogo e a trabalharem com
as autoridades civis de modo que a Igreja possa ser livre para falar e possa oferecer
serviços em prol do bem comum num modo plenamente correspondente aos valores evangélicos".
Em
seguida, reiterou a importância de reforçar o empenho pastoral em vista da evangelização
da cultura. Deteve-se sobre o papel primário que a família deve ter na Igreja e na
sociedade.
O Pontífice observou que, embora no curso da história se tenha reconhecido
o papel importante da família, deve ser reservada "particular atenção" aos frutos
religiosos, morais e sociais da fidelidade, da igualdade e do mútuo respeito que "deve
existir entre um homem e uma mulher".
"A Igreja – acrescentou – proclama incessantemente
que a família é baseada na instituição natural do matrimônio entre um homem e uma
mulher". No caso de cristãos – observou – o pacto matrimonial foi por Cristo elevado
a Sacramento.
Em seguida, convidou os prelados a darem prioridade pastoral
"à evangelização do matrimônio e da família de acordo com o ensinamento moral católico".
O Santo Padre dedicou a parte conclusiva de seu discurso à formação na fé de leigos,
religiosos e sacerdotes.
"Um leigo adequadamente catequizado – disse – e um
clero bem formado" serão melhor preparados "para resistir às tentações do mundo secular".
Eis
então – afirmou – que essas testemunhas "ajudarão a assegurar que a Igreja continue
sendo em seus países um instrumento eficaz de evangelização, atraindo aqueles que
ainda não conhecem Cristo e inspirando aqueles que se tornaram mornos na fé".
Por
fim, o Pontífice elogiou os bispos pelo empenho em favor dos necessitados e dos doentes,
em particular, daqueles que sofrem por causa da AIDS. (RL)