2012-06-09 15:29:24

Preocupação da Santa Sé sobre caso Gotti Tedeschi


(09/06/12) Um comunicado divulgado nesta sexta-feira pela Sala de Imprensa do Vaticano refere que “a Santa Sé tomou conhecimento com surpresa e preocupação dos recentes acontecimentos em que está envolvido o professor Gotti Tedeschi”, que até maio dirigiu o Instituto das Obras Religiosas (IOR). A Santa Sé reitera nas autoridades judiciais italianas “a máxima confiança de que as prerrogativas soberanas reconhecidas à Santa Sé no ordenamento internacional sejam adequadamente consideradas e respeitadas”, assinala o texto.
Terça-feira a polícia italiana executou um mandato de busca na casa de Ettore Gotti Tedeschi devido a uma investigação de corrupção na Finmeccanica, importante empresa aeroespacial controlada pelo estado italiano. As autoridades judiciais apreenderam documentação destinada a Bento XVI que o responsável tinha preparado a propósito do seu afastamento do IOR mas realçaram que a busca não estava relacionada com o cargo desempenhado no comummente designado banco do Vaticano.
A declaração do Vaticano reafirma “plena confiança” da Santa Sé “nas pessoas que dedicam a sua atividade com empenho e profissionalismo ao Instituto para as Obras Religiosas” (IOR, banco do Vaticano). Acrescenta-se ainda que “a Santa Sé está a examinar com o máximo cuidado os eventuais efeitos lesivos dos acontecimentos, no respeito dos seus direitos e dos seus órgãos”.
A nota reafirma que a moção de afastamento de Gotti Tedeschi votada pelo Conselho de Supervisão do IOR foi baseada em “motivos objetivos, respeitantes ao governo do Instituto, e não determinada por uma presumível oposição à linha de transparência [nas operações bancárias]”, que, acrescenta, constitui uma preocupação permanente da Santa Sé.
O Conselho de Supervisão votou a 24 de maio uma moção de desconfiança ao presidente Gotti Tedeschi e recomendou a cessação do seu mandato como presidente. Os membros do Conselho lamentaram os acontecimentos que conduziram à decisão mas frisaram que ela “é importante para manter a vitalidade do Instituto”, referia o comunicado então publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé. O presidente deposto, Ettore Gotti Tedeschi, tinha sido nomeado em 2009, após o Papa Bento XVI ter decidido adaptar o IOR às regras internacionais de transparência financeira.








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