Aquecimento Global poderá custar 100 bilhões de dólares para a América Latina
Rio de Janeiro (RV) - No Dia Mundial do Meio Ambiente, um alerta: os países
da América Latina e o Caribe enfrentarão prejuízos anuais de 100 bilhões de dólares
até 2050, caso não adotem medidas para tentar conter os danos causados pelo aquecimento
global.
A agência Estado publicou a informação, resultado de um levantamento
feito pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em conjunto com a Comissão
Econômica da América Latina e o Caribe (Cepal) e a World Wildlife Fund (WWF). O estudo
está sendo apresentado nesta terça-feira, 5, em Washington, e também o será no dia
20 de junho, na Rio+20, no Rio de Janeiro.
Para chegar ao número estimado do
prejuízo, o relatório avaliou a literatura que identificou os diferentes impactos
físicos e também fez cálculos próprios. “A novidade é que, pela primeira vez, temos
um cálculo dos impactos físicos, utilizando uma metodologia similar e colocando custos
financeiros em uma moeda que possa ser comparativa, no caso, o dólar”, disse ao Estado.
De acordo com Walter Vergara, chefe da Divisão de Mudanças Climáticas e Sustentabilidade
do BID, os impactos físicos podem ser reduzidos com investimentos em adaptação. Ele
cita que os problemas de perda de capacidade dos reservatórios hidroelétricos no Brasil,
por exemplo, podem ser compensados com ações de reflorestamento.
“Uma medida
de adaptação muito simples para o Brasil é trabalhar em bacias altas, acima dos reservatórios,
fazer reflorestamento e conservar os bosques para que eles consigam reter a água e
diminuir o impacto físico da perda de energia. Assim você consegue diminuir a velocidade
de escoamento das águas e aumentar o armazenamento no solo”, explicou Vergara.
O
aumento do nível do mar também é outro impacto importante do aquecimento global. Para
isso, o relatório aponta a necessidade de planejamento de infraestrutura urbana e
também a construção de barreiras físicas.
O relatório ainda aponta os prejuízos
nas lavouras agrícolas na América Tropical, Brasil, Bolívia e norte da Argentina em
decorrência das condições climáticas. “Nas áreas onde era possível plantar soja, por
exemplo, será necessário encontrar sementes que consigam se adaptar às mudanças de
temperatura.” (Estadão/ED)