Bento XVI em Milão: urgente inserir o fermento evangélico no atual contexto cultural
Cidade do Vaticano (RV) - Bento XVI já se encontra em Milão, aonde chegou no
final desta tarde. De fato, o avião que levou o Pontífice aterrissou às 17h12 no aeroporto
Milão-Linate, onde o aguardava, dentre outros, o arcebispo anfitrião, Cardeal Angelo
Scola.
Dali o Santo Padre seguiu de papamóvel até a Praça da Catedral – lugar
símbolo da cidade – onde Bento XVI recebeu o caloroso abraço dos milaneses e a afetuosa
acolhida dos milhares de fiéis provenientes de todas as partes do mundo para este
VII Encontro Mundial das Famílias.
No discurso após a saudação de boas-vindas
a ele dirigidas pelo primeiro cidadão, o Prefeito Giuliano Pisapia, e pelo arcebispo
anfitrião, Cardeal Scola, o Pontífice expressou a sua alegria e gratidão a Deus pela
oportunidade de visitar a ilustre cidade.
Bento XVI evidenciou o fato de seu
primeiro encontro com os milaneses dar-se na Praça da Catedral, coração de Milão,
onde se situa "o importante monumento símbolo da cidade". Referindo-se ao estilo gótico
da catedral, frisou que sua "selva de agulhas convida-nos a olhar para o alto, para
Deus".
"Justamente tal impulso para o céu sempre caracterizou Milão e lhe permitiu
no tempo responder com fruto à sua vocação: ser uma encruzilhada de povos e de culturas",
destacou.
Bento XVI quis dirigir uma particular saudação aos representantes
das famílias – provenientes do mundo inteiro – que participam deste VII Encontro Mundial.
E não deixou de dirigir também uma afetuosa saudação aos que precisam de ajuda e de
conforto, aos doentes, aos encarcerados, aos que se encontram sem casa ou desprovidos
do indispensável para se ter uma vida digna.
A esse propósito, o Papa felicitou
a Arquidiocese de Milão pelas concretas iniciativas em favor das famílias necessitadas
mais atingidas pela crise econômica e financeira, e por ter imediatamente, junto a
toda a Igreja e sociedade civil italiana, socorrido as populações vítimas dos terremotos
que nestes dias têm sacudido o norte da Itália. O Papa assegurou-lhes a sua oração
convidando todos a uma generosa solidariedade.
Em seguida, referindo-se ao
VII Encontro Mundial das Famílias, ressaltou que o mesmo lhe oferece a ocasião de
visitar a cidade de Milão e de renovar os vínculos estreitos e constantes que unem
a comunidade ambrosiana à Igreja de Roma e ao Sucessor de Pedro.
"A sabedoria
pastoral e o magistério de Ambrósio sobre a ortodoxia da fé e da vida cristã deixaram
uma marca indelével na Igreja no mundo inteiro e, em particular, marcaram a Igreja
em Milão, que jamais deixou de cultivar a sua memória e de conservar o seu espírito."
Além
de Santo Ambrósio, o Papa lembrou outros ilustres arcebispos que ocuparam a cátedra
milanesa: São Carlos Borromeu, o Cardeal Andrea Carlo Ferrari, o Beato Alfredo Ildefonso
Schuster.
Ademais, recordou dois arcebispos de Milão que se tornaram pontífices:
Achille Ratti, Papa Pio XI; e Giovanni Battista Montini, Paulo VI. Pensando nas famílias,
o Papa recordou Santa Gianna Beretta Molla, esposa e mãe, mulher engajada em âmbito
eclesial e civil, que fez resplandecer a beleza e a alegria da fé, da esperança e
da caridade.
Dirigindo-se aos milaneses, o Pontífice disse, ainda:
"Caros
amigos, a história de vocês é rica de cultura e de fé. Tal riqueza inervou a arte,
a música, a literatura, a cultura, a indústria, a política, o esporte, as iniciativas
de solidariedade de Milão e de toda a Arquidiocese. Agora cabe a vocês, herdeiros
de um glorioso passado e de um patrimônio espiritual de inestimável valor, empenhar-se
para transmitir às futuras gerações a chama de uma tão luminosa tradição. Vocês bem
sabem quanto é urgente inserir o fermento evangélico no atual contexto cultural."
Esta
noite, o Santo Padre assiste, no "Teatro alla Scala" de Milão, a um concerto em sua
honra oferecido também às delegações oficiais deste VII Encontro Mundial das Famílias.
(RL)