Futuro missionário revela como é formação do PIME em Santa Catarina
Cidade do Vaticano
(RV) – Na semana passada conhecemos um pouco do trabalho que o Pontifício Instituto
para as Missões Exteriores (PIME) realiza no Seminário Filosófico Missionário, em
Brusque, Santa Catarina. Pe. Flavio Piccolin, reitor do Seminário revelou que a formação
é muito parecida com aquela dos seminários diocesanos, porém o foco é voltado para
as missões.
Vocação missionária
Mateus Didonet, 27 anos, é de
Brasília e está no último ano de formação. Ele conta que antes de ouvir o “chamado”
seguiu o caminho da maioria dos jovens em época de vestibular.
“Minha vocação
surgiu no ambiente da minha paróquia. Na hora de escolher profissão eu me perguntei:
em qual eu poderia fazer algo que não fosse levado pelo tempo? Naquele momento, acabei
escolhendo a Física. Mas depois eu fui perceber, analisando a nossa crença – da vida
eterna – o que faz aqui passa, mas o que a gente faz para os outros acrescenta à vida
eterna. No final, acabei me formando em Física, mas deixei meus planos antigos pelos
planos de Deus”.
Missão além-fronteiras
Único braço do PIME no
Brasil, o Seminário atualmente conta com 14 seminaristas. Pouco, porém conscientes
do diferencial que a missão “ad gentes” exige – e exigirá.
“Se eu tivesse
entrado para a minha paróquia eu meio que ficaria somente lá no Distrito Federal.
Mas algo dentro de mim gritava para ir além. Isso me inquietava. Busquei bastante
até me decidir pelo PIME. O que me encantou no PIME foi esse ideal de anunciar Cristo
a quem nunca ouviu falar. Sempre tive o sonho de trabalhar com os mais pobres e quando
ouvimos as histórias dos padres na África, isso também me encantou muito já que o
foco do PIME é, antes de qualquer coisa, o de evangelizar.
Estudos no exterior
Concluídos
os estudos no Brasil, os seminaristas do PIME continuam a formação no exterior.
“Aqui
em Brusque ficamos quatro anos. Um ano de propedêutico e três de filosofia. Depois,
quase todos vamos para a teologia, na Itália, em Monza, sede do PIME ou nas Filipinas.
Ano que vem eu sigo para a Itália onde terei ainda de 5 a 6 anos de estudo”.
Durante
tantos anos de estudo, a missão é o fio condutor da formação. Mateus ainda acrescenta:
“É
um pouco o mistério do chamado de Jesus. Ide por todo o mundo e pregai o evangelho.
Jesus chamou dessa forma porque eu acho que nesse mistério do missionário sair da
sua terra, acaba sendo uma conversão para nós que saímos e um testemunho para quem
nos recebe. E a gente reza e espera que esse chamado missionário de Jesus se expanda
para toda a Igreja”.
Semana que vem vamos conhecer outro seminarista do PIME,
Roberto José Lago de Souza, e o medo quando pensa em seguir em missão.
“O medo
ainda existe um pouquinho, o medo do novo”.