2012-05-30 17:33:10

Núncio Apostólico na Síria: proximidade do Papa ajuda muito populações atingidas pelas violências


Cidade do Vaticano (RV) - Enésimo dia de violências na Síria, terça-feira, com 98 mortos: 61 civis, 9 revoltosos e 28 soldados governamentais. São dados do Observatório sírio para os direitos humanos que denuncia, além disso, um "massacre" de 13 civis na localidade de Deir Ezzor, situada no noroeste do país.

Após a mensagem de pesar e preocupação do Papa, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, voltou a expressar toda a participação do Pontífice "na dor dessas populações e o desejo de que se busquem imediatamente soluções pacíficas". Enquanto isso, nestas horas, registram-se sinais fortes por parte de muitos países europeus, e não somente, que decidiram expulsar o embaixador sírio em seus países. Por sua vez, o mediador da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, pede ao Presidente Bashar al Assad, passos concretos e imediatos.

A esse propósito, a Rádio Vaticano entrevistou o Núncio Apostólico em Damasco, Dom Mario Zenari, que nos falou, dentre outros, sobre a proximidade do Papa à população síria:

Dom Mario Zenari:- "Ajuda sempre muito sentir a proximidade do Santo Padre, ouvir essas mensagens, o seu pesar, e ver também os sinais de esperança evocados para sair desse ciclo infernal de violência. Sempre se está muito atento a essas mensagens, apelos do Papa. Esta manhã recebi uma carta em árabe. Providenciei que fosse logo traduzida e se tratava de simples cidadãos muçulmanos que tinham sabido que o Santo Padre, além da sua proximidade diante dos sofrimentos do povo sírio, quisera oferecer um sinal concreto de ajuda mediante o Pontifício Conselho "Cor Unum". Aqui estão atentos a esses sinais concretos, a essas mensagens do Papa. Certamente é muito encorajador para os cristãos sentir essa proximidade pelos fatos destes dias, porque, infelizmente, as notícias que chegam ao Papa, como a todos nós, não são boas. Os atos de violência são muito dolorosos para todos que vivemos aqui e que vemos como se dão os fatos, dia após dia. Há também a preocupação, o medo de que um ato de extrema violência seja seguido por outros de igual intensidade."

RV: O mediador da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, encontra-se nestas horas em Damasco encarregado de elaborar um plano que dê vida a uma trégua, depois, porém, não respeitada. Renova-se a esperança numa mediação?

Dom Mario Zenari:- "É preciso manter vivo este plano de Kofi Annan porque, do contrário, não se consegue ver uma alternativa. Se nestas três, quatro semanas não tivéssemos aqui estes quase 300 observadores, não sabemos o que poderia ter acontecido. Provavelmente teria havido mais violência e uma violência mais forte. Portanto, é preciso realmente apoiar o plano de Kofi Annan, custe o que custar. Hoje Annan deve encontrar as autoridades e daquilo que vi deveria encontrar também a sociedade civil e, provavelmente, também os chefes religiosos. É preciso continuar, mesmo que a passos estreitos, para alcançar as pequenas coisas que podem ser alcançadas, e é preciso fazer isso a todo custo." (RL)







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