Audiência Geral: Papa fala sobre oração, sismo e ilações da mídia
Cidade do Vaticano (RV) – Fiéis e peregrinos de diversas partes do mundo lotaram
a Praça S. Pedro nesta quarta-feira de sol para a Audiência Geral.
Bento XVI
prosseguiu suas catequeses sobre o tema da oração, falando em especial das Cartas
de São Paulo.
Para o Apóstolo Paulo, a oração é um reencontro pessoal com o
Senhor. As tribulações nada podem contra aquele que é amparado pela graça divina.
São Paulo é um exemplo exímio dessa proximidade de Deus, seja nas provas que teve
que suportar, seja na força e no valor que o Senhor lhe infundiu para enfrentá-las.
“O consolo do qual o Apóstolo nos fala não é um mero lenitivo à dor, mas um estímulo
para que não nos deixemos vencer pelas dificuldades.”
Unidos a Cristo nas fadigas
que Ele carrega sobre si, não somente somos capazes de enfrentar qualquer prova, mas,
inclusive, de consolar os outros em suas lutas. A oração e a fé em Sua presença nos
alentam, e no meio das contrariedades, sentimos o consolo de Deus. Assim, a fé se
reforça pela experiência concreta do amor fiel de Cristo, que se entregou na Cruz.
A esse enorme «sim» que o Espírito Santo faz perene e universal, responde o «amém»
da Igreja, que ressoa na liturgia e na oração pessoal. Nele devemos expressar nossa
adesão total ao “sim” de Deus, pois unindo-nos ao Senhor, participamos de sua consolação.
Eis
o resumo que o Papa fez de sua catequese em português, seguida de sua saudação aos
fiéis dos países lusófonos:
Queridos
irmãos e irmãs, a oração é um verdadeiro encontro com Deus Pai, em Jesus Cristo, por
meio do Espírito Santo. Assim se encontram o «sim» fiel de Deus, que vem em nosso
auxílio e nos conforta, e o «ámen» dos fiéis que, nas provas da vida, se abandonam
à vontade divina. A oração perseverante e diária faz-nos sentir, de forma concreta,
a consolação do Pai do Céu e a fidelidade do seu amor que foi ao ponto de nos dar
o seu Filho na cruz. Por nossa vez, somos chamados a corresponder com o «ámen» duma
adesão fiel de toda a nossa vida à sua vontade. Esta fidelidade não se pode alcançar
só com as nossas forças, mas vem de Deus e está fundada sobre o «sim» de Cristo, cujo
alimento é fazer a vontade do Pai. É neste «sim» que devemos entrar, até podermos
repetir, com São Paulo, «já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim». Então
o «ámen» da nossa oração pessoal e comunitária envolverá e transformará toda a nossa
vida. Amados peregrinos de língua portuguesa, em particular os participantes no curso
de formação dos Capuchinhos e demais grupos do Brasil e de Portugal: a todos dou as
boas-vindas, encorajando os vossos passos a manterem-se firmes no caminho de Deus.
Tomai por modelo a Virgem Mãe! Fez-Se serva do Senhor e tornou-Se a porta da vida,
pela qual nos chega o Salvador. Com Ele, desça a minha Bênção sobre vós, vossas famílias
e comunidades eclesiais.
No final da Audiência, Bento XVI se pronunciou
a respeito dos fatos publicados pela mídia italiana que envolvem seus colaboradores.
A seguir, a íntegra das palavras do Papa:
“Os fatos ocorridos nesses dias
acerca da Cúria e dos meus colaboradores provocaram tristeza no meu coração, mas jamais
se ofuscou a certeza convicta de que, não obstante a fraqueza do homem, as dificuldades
e as provações, a Igreja é guiada pelo Espírito Santo e o Senhor nunca deixará de
oferecer a sua ajuda para ampará-la no seu caminho. Todavia, multiplicarem-se ilações
amplificadas por alguns meios de comunicação completamente gratuitas e que foram para
além dos fatos, oferecendo uma imagem da Santa Sé que não corresponde à realidade.
Por isso, desejo renovar a minha confiança e o meu encorajamento aos meus mais estreitos
colaboradores e a todos aqueles que cotidianamente com fidelidade, com espírito de
sacrifício e no silêncio, me ajudam na realização do meu ministério.”
O Santo
Padre deu destaque ainda ao sismo que abalou novamente ontem o centro da Itália. Ele
manifestou sua solidariedade às vítimas com essas palavras:
“Expresso meu afeto
na oração aos feridos, como também àqueles que sofreram danos, e manifesto meus vivos
sentimentos aos familiares daqueles que perderam a vida. Faço votos de que com a ajuda
de todos e a solidariedade de toda a nação aquelas terras tão duramente provadas possam
retomar o mais rápido possível uma vida normal.”