Rio+20: pesquisadores brasileiros relacionam saúde e degradação ambiental
Rio de Janeiro (RV) – Tem início nesta terça-feira, 29, em Nova York, a última
rodada de negociação para o documento final da Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). A expectativa de pesquisadores brasileiros é
que os temas saúde e clima sejam incluídos nos debates.
Diante da falta de
menção ao assunto no "Esboço Zero", preparatório para o documento "O futuro que queremos",
a Fundação Oswaldo Cruz encaminhou ao governo federal relatório em que aponta a relação
entre degradação ambiental e risco à saúde, para ajudar a embasar as discussões.
O
Jornal Estado de São Paulo entrevistou o presidente da Fundação, Paulo Gadelha, o
qual disse existir “uma relação simbiótica entre saúde e ambiente”. “E a face mais
visível é a deterioração da qualidade de vida e da saúde", disse ele, que acrescentou:
“Causou muita surpresa a total ausência do tema saúde no chamado Esboço Zero, que
serviu de referência para o debate do posicionamento dos países na Rio+20.”
A
degradação ambiental tem efeitos diretos sobre a saúde. Gadelha disse ainda na entrevista
que “a consequência imediata da redução da biodiversidade é a exposição maior do ser
humano ao surgimento de doenças emergentes, como hantavirose e Ebola”. Ele explicou
que “o aquecimento global leva a agravos diretos, como é o caso das doenças pulmonares
associadas à poluição”. “Áreas de clima temperado – citou ele -, onde antes não circulavam
vetores da malária, dengue, passam a ter condições climáticas para a expansão desses
mosquitos. Há uma relação simbiótica entre saúde e ambiente. E a face mais visível
é a deterioração da qualidade de vida e da saúde.” (ED)