2012-05-29 16:36:23

FAO quer cooperativas como aliadas no combate à fome e à pobreza


RealAudioMP3

Roma (RV) - Cooperar em agricultura hoje significa não só criar uma empresa de propriedade comum que é gerida democraticamente. Para a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), as cooperativas têm o potencial de promover o crescimento econômico de inteiras regiões, contribuindo para combater a fome e reduzir a pobreza.

Dentro das iniciativas do Ano Internacional das Cooperativas foram nomeados, nesta terça-feira em Roma, os novos embaixadores especiais para as cooperativas: Elisabeth Atangana, de Camarões e Roberto Rodrigues, do Brasil. Rodrigues defende que as cooperativas podem atenuar as consequências da exclusão social e concentração de renda.

“As cooperativas são um instrumento de inclusão social. Portanto, na agricultura e em qualquer setor de atividade econômica as cooperativas são inclusivas, juntando pequenos transformando-os em seu conjunto num grande. Tem uma hora que isso mitiga a concentração e abriga os excluídos numa posição melhor”.

Informação

Rodrigues destacou ainda a iniciativa da FAO em criar um setor específico que vai ajudar os pequenos agricultores a formar seus núcleos cooperativistas nos países em desenvolvimento.
Por sua vez, o diretor geral da FAO, José Graziano da Silva destacou que os dois novos embaixadores representam continentes onde a expansão do cooperativismo é muito necessária.

“Os novos embaixadores são pessoas conhecidas mundialmente e provêm de dois segmentos completamente distintos: Rodrigues é ligado à Aliança das Cooperativas Mundiais que reúne grandes empresas cooperativas dedicadas sobretudo ao tema da comercialização da produção em nível internacional. Por outro lado, Elisabeth Atangana vem do movimento dos pequenos fazendeiros que se dedica basicamente à organização da produção destes pequenos para que eles possam ter acesso a maquinário e melhores insumos para a produção. São dois segmentos fundamentais do cooperativismo”.

Rio +20

Graziano destacou também o momento decisivo que será o encontro no Rio de Janeiro para unificar duas grandes agendas do futuro da humanidade: o desenvolvimento e a erradicação da fome. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável está marcada para 20 a 22 de junho.

“Acreditamos que essas duas agendas são fundamentais literalmente para a sobrevivência e paz da humanidade no futuro. Seja porquê preservam-se os recursos para as gerações futuras, seja porquê incorpora aqueles excluídos da atual geração e que comprometem também o futuro das suas gerações”.

América Latina

A Presidente da Costa Rica, Laura Miranda, que nesta segunda-feira foi recebida por Bento XVI, também participou da apresentação dos novos embaixadores. Ela acredita que o cooperativismo representa o futuro para os pequenos agricultores.

“É quase a única opção que se tem se queremos preservar as pequenas propriedades e a pequena unidade econômica. No fundo, é o que gera maior bem-estar e democracia, econômica e social para nações. Isso porque em nível individual é muito difícil que possam competir com os custos das transferências tecnológicas, os custos para enfrentar as mudanças climáticas e os custos do acesso ao crédito para produção em escala. A única maneira que eles têm para competir com as grandes propriedades é, precisamente, associando-se ao modelo cooperativo”.








All the contents on this site are copyrighted ©.