2012-05-27 17:21:18

Pentecostes: Bento XVI celebrou missa na Basilica de São Pedro e sublinhou o caráter comunitário desta festa que marca o início e impulso da Igreja


(27/5/12) - Neste domingo, solenidade do Pentecostes, o Santo Padre celebrou a missa na Basílica de São Pedro. Uma liturgia animada pelo Coro da Academia de Santa Cecília e pela Orquestra juvenil que Bento XVI começou por agradecer na sua homilia…. *Uma homilia em que o Papa pôs em realce a contraposição existente entre a Torre de Babel, símbolo da discórdia, e a vinda do Espírito Santo, símbolo de unidade e entendimento.
Bento VI recordou antes de mais que o Pentecostes - descida do Espírito Santo sobre os discípulos e Maria reunidos no Cenáculo - marca o baptismo da Igreja, dando-lhe a forma e o impulso iniciais. Impulso e forma sempre actuais, sempre válidos e que se renovam, de modo particular, nas acções litúrgicas. O Pentecostes é – disse – a festa da união, da compreensão e da comunhão humana.
E para explicar isto, o Papa passou depois a fazer uma analogia entre a construção da torre de Babel em que os homens, querendo prescindir-se de Deus, acabaram por desentender-se, construindo uns contra os outros. Querendo ser Deus corriam o perigo de nem sequer ser homens, porque tinham perdido a capacidade de compreender um ao outro e de agir conjuntamente e na mesma direcção.

Esta narração bíblica contém uma verdade perene que se pôde constatar ao longo da História e mesmo no mundo de hoje – prosseguiu o papa – dizendo que estamos hoje a viver a mesma experiência da Torre de Babel. Temos hoje mais possibilidade de comunicar e informar, mas a isto corresponde uma maior capacidade de compreensão, de unidade, de concórdia? – perguntou-se Bento XVI, afirmando que a resposta podemo-la encontrar na Sagrada Escritura:
“A unidade só poderá existir com o dom do Espírito Santo que nos dará um coração novo e uma língua nova, uma capacidade de comunicar. É isto que se verifica com o Pentecostes. Naquela manhã, cinquenta dias depois da Páscoa, um vento impetuoso soprou sobre Jerusalém e a chama do Espírito Santo desceu sobre os discípulos que se encontravam reunidos, pousou sobre cada um deles e acendeu neles o fogo divino, um fogo de amor, capaz de transformar. O medo desapareceu, o coração sentiu uma nova força, as línguas soltaram-se e começaram a falar com franqueza, de modo a que todos pudessem compreender o anuncio de Jesus Cristo, morto e ressuscitado. Com o Pentecostes, onde havia divisão e estranheza, nasceram a unidade e a compreensão.”
Através do Espírito Santo, disse o Papa citando o Evangelho de São João lido neste domingo, Jesus explica o que é a Igreja, como deve viver para ser si mesma, para ser lugar de unidade e de comunhão na Verdade. E ensina que ser cristão significa não fechar-se em si próprio, mas orientar-se para o todo, para a Igreja inteira, deixando-se acolher interiormente por ela numa atitude de profunda humildade interior. Deste modo torna-se clara a diferença entre Babel e o Pentecostes –frisou o Papa… “ Onde os homens querem tornar-se Deus, só podem pôr-se uns contra os outros. Lá onde, pelo contrário, se colocam na verdade do Senhor, abrem-se à acção do Espírito que os sustenta os une.”
Citando depois São Paulo, Bento XVI sublinhou ainda que a contraposição entre Babel e o Pentecostes leva-nos a compreender que a nossa vida pessoal é sempre marcada pelos impulsos que vêm da carne e do espírito. Mas temos de saber escolher entre um e outro e é só com a ajuda do Espírito Santo que o podemos fazer. Ele guia-nos em direcção à altura de Deus, afastando-nos daquilo que São Paulo define pecados do egoísmo: violência, inimizade, discórdia, ciúmes, desacordos… pois que são pensamentos e acções que não permitem viver de forma verdadeiramente cristã.
Exortando todos a viver segundo o Espírito de unidade e de verdade e a rezar a fim de que o Espírito nos Ilumine e nos guie a vencer o fascínio de viver as nossas verdades, mas a colher a verdade de Cristo transmitida na Igreja, Bento XVI concluiu invocando a vinda também hoje do Espírito Santo sobre todos nós…

“Vem, Espírito Santo, enche os corações dos teus fieis e acende neles o fogo do amor”. Amem!








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