CNBB no debate do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social
Brasília (RV) - Nos dias 24 e 25 de maio, os integrantes do Fórum Mudanças
Climáticas e Justiça Social estiveram reunidos em Brasília. Como parceira do Fórum,
a CNBB foi representada no evento por Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Franca (SP)
e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Caridade, Justiça e Paz.
A
reunião resultou na elaboração de uma carta de posicionamento diante da atual conjuntura
nacional. O bispo explicou que o encontro anual dos representes das entidades parcerias
serviu para acertar os próximos passos em vista da Rio+20, a Cúpula dos Povos e o
debate do novo Código Florestal.
“Analisamos as medidas propostas pelo capitalismo
internacional para a defesa do meio ambiente, com a chamada ‘economia verde’. Os organismos
internacionais que estão próximos de grupos como agricultores, indígenas, ribeirinhos,
quilombolas, não vêem essa solução como eficaz, democrática ou popular. A ‘economia
verde’ é na verdade mais um instrumento para o capital pintar de verde o capitalismo,
que sempre foi tão cinzento”.
A mensagem final da reunião do Fórum reafirmou
que a natureza não tem preço, ao dizer que as entidades são contrárias ao discurso
que apresenta a economia verde como a solução para os problemas que o planeta: “Somos
contrários à economia verde, bem como aos instrumentos apresentados pelo mercado e
assumidos pelos governos no bojo da discussão do combate às mudanças climáticas” -
afirmou o bispo.
Em relação ao veto parcial ao texto do novo Código Florestal,
apresentado sexta-feira, Dom Pedro declarou satisfação com a decisão da Presidência
da República: “Há tempos o Fórum e as entidades parceiras vinham lamentado a tramitação
e o resultado trágico e negativo que a Câmara dos Deputados apresentou. Por isso,
recebemos com bastante conforto, alívio e alegria estes vetos da Presidente da República.
Demonstraram a sensatez e a sensibilidade à opinião, seja de quem trabalha no Ministério
do Meio Ambiente, seja dos movimentos sociais e cientistas. É uma vitória, que não
é total, mas em que foram vetados pontos que seriam muito nocivos à questão do meio
ambiente no Brasil. Isso dá fôlego para que continuemos no trabalho de mobilização,
conscientização e participação do nosso povo”. (CM-CNBB)