Paraguai: primeiro fruto internacional da Pastoral da Criança. Conheça!
Cidade do Vaticano (RV) - O Programa Brasileiro
apresentou na semana passada o trabalho da Pastoral da Criança na Guiné-Bissau, na
África. Esta edição é dedicada ao nosso vizinho Paraguai, o orgulho da Dra. Zilda
Arns por ter sido o primeiro filho internacional da Pastoral da Criança, 17 anos atrás.
Infelizmente,
o Paraguai figura com um dos piores índices de mortalidade materno-infantil, sendo
o terceiro mais alto na América do Sul.
De acordo com a representante da Pastoral
da Criança no Paraguai, Claudia Yuvi, houve progressos nos últimos anos, como a gratuidade
de atendimento às grávidas centros e postos de saúde em todo o país. A questão é que
o Paraguai ainda é um país rural, e há lugares onde esta assistência não chega.
“Nós,
através da Pastoral da Criança, como chegamos a muitas comunidades pobres, oferecemos
esta assistência, somos um pouco o espelho do que está acontecendo no interior do
país. A Pastoral da Criança está em nove dioceses e estamos trabalhando na capacitação
de líderes comunitários voluntários que vão de casa em casa instruindo as mães das
crianças de zero até seis anos de idade e as grávidas, para informá-las sobre muitos
aspectos, não somente sobre de saúde, mas também sobre cidadania e seus direitos,
sem distinção de religião.”
Entre as principais dificuldades, Claudia aponta
a resistência de algumas mães em contar, revelar que estão grávidas, o que impede
a assistência imediata da Pastoral da Criança, que aposta num contato com a mãe o
mais cedo possível – luta que, no Paraguai, fez a diferença:
“Paraguai foi
o primeiro filho da Pastoral da Criança do Brasil, porque foi o primeiro país que
adotou a metodologia implantada pela Dra. Zilda Arns. Aqui, teve uma repercussão muito
boa, foi um boom, porque a mortalidade materno-infantil foi reduzida graças
ao trabalho da Pastoral. Agora, estamos tentando aumentar o número de grávidas assistidas
através dos líderes comunitários, para disseminar os conhecimento da Pastoral. Um
dos grandes problemas é que muitas vezes as crianças não são registradas no civil,
sem vacinas, mães que não sabem de seus direitos, como atendimento prioritário, por
exemplo. Então estamos enfocando na capacitação dos líderes para que justamente sejam
eles os portadores desses conhecimentos, para que as mães possam exigir também seus
direitos, que tenham uma vida digna.”
Atualmente, a Pastoral atende três mil
crianças de 0 a 6 anos, 200 grávidas, e conta com 400 líderes voluntários e mais 150
que estão sendo capacitados.
“Se todos os países adotassem essa metodologia,
teríamos um mundo melhor. Nossa prioridade é acompanhar de perto essas mães, para
que possam ter a atenção primária que deveriam ter, como mães dessas crianças que
são o futuro do país.”