Especial Saúde: relatório traz a situação das mães no mundo
Cidade do Vaticano
(RV) - Maio, em diversos países do mundo, é o mês das mães. Por isso, nesse 13
de maio, quando milhares de pessoas comemoraram o Dia das Mães, a organização não
governamental Save the Children publicou um relatório sobre a situação das mães no
mundo. O Especial Saúde de hoje dedica-se ao tema e traz dados desse documento que
está na sua 13ª edição e aborda uma das questões mais universais para o ser humano.
A saúde das mães no mundo, nos fala muito sobre a saúde do próprio mundo.
Comecemos
com algumas mudanças de posição num ranking que todo país gostaria de vencer. Em primeiro
lugar, como o melhor lugar do mundo para ser mãe, permanece a Noruega. A diferença
está na última posição, ocupada agora pelo Níger, o qual tomou o posto do Afeganistão
como sendo o pior país do globo para se ter um filho.
A classificação inclui
165 países e analisa fatores como saúde, instrução e estado econômico e social das
mães, junto a indicadores das condições infantis, entre as quais também saúde e alimentação.
Está dividido entre países desenvolvidos, em desenvolvimento e menos desenvolvidos.
O Brasil ocupa a 12ª posição entre os em desenvolvimento, lista na qual Cuba aparece
no topo. Mas o relatório traz também outras classificações seguindo: o Brasil é o
14º melhor país para ser mulher e o 7º melhor para ser criança.
Há uma distância
gigantesca que separa as condições das mulheres, das mães e dos filhos entre o primeiro
e o último país da classificação geral. Na Noruega, uma mulher recebe, em média, 18
anos de educação formal em comparação com 4 anos no Níger. No parlamento norueguês,
40% das cadeiras são ocupadas por mulheres, enquanto no Níger são 14%. E as distâncias
mais emblemáticas: 100% das gestantes no país escandinavo recebe assistência pessoal
de médico especializado, o que só se verifica e uma a cada três no Níger - neste último,
uma em cada 16 morre por causas ligadas à gravidez ou ao parto, enquanto na Noruega
é uma em cada 7 mil e 600.
Uma questão determinante para a saúde materna e
infantil é a nutrição, visto que 25% das mortes maternas se dão devido à desnutrição.
E o relatório evidenciou que o crescimento econômico isoladamente não se traduz em
bem-estar social. Por exemplo: a Índia tem uma renda per capta de mil e 500 dolares
e uma taxa de desnutrição infantil de 48%, enquanto no Vietnam as pessoas recebem
menos de mil e 200 dólares ao ano com uma taxa de desnutrição de 23%.
Nesse
aspecto, temos uma boa notícia para os brasileiros. O Brasil está entre os países
que apresentam uma boa relação entre renda e nutrição infantil, juntamente com o Chile
e a Costa Rica, Kirguistão, Mongólia, Senegal e Tunísia. Entre os que não têm equilíbrio
desses dois fatores, a Guiné Equatorial, Guatemala, Indonésia, México, Panamá, Peru,
África do Sul e Venezuela.
Em relação a situações de emergência, somente no
Níger, no último ano, a grave crise alimentar em curso está ameaçando diretamente
a vida de um milhão e meio de crianças. Outros sete países correm o risco de sofrer
uma crise análoga.
Os pesquisadores afirmam que existem soluções simples e
a baixo custo. Por exemplo, a difusão da prática do aleitamento pelo seio, que salvaria
a vida de um milhão de crianças a mais por ano, o que foi demonstrado em Madagáscar.
Outra possibilidade seria a disponibilização de suplementos vitamínicos a base de
ferro, vitamina A, zinco, associados a normas básicas de higiene e nutrição integradora.
Isso poderia ser aplicado por um operador sanitário de comunidade preparado durante
os primeiro mil dias de vida do recém-nascido ao custo de 20 dólares por criança.
Essa medida salvaria dois milhões de crianças por ano.
A formação de operadores
sanitários de comunidade é um dos trabalhos realizados pela Save the Children. Através
da campanha Every One é possível fazer doações, acessando o www.savethechildren.it
. (ED)