2012-05-21 16:15:36

Dom Vegliò: "as migrações assumiram caráter de crise humanitária"


Roma (RV) – Foi realizada, neste domingo, na co-catedral de Narni, centro da Itália, o anual almoço com as pessoas em condições de pobreza e os refugiados políticos provenientes de diversos locais de acolhimento da diocese. Antes do almoço, o Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerante, Cardeal Antonio Maria Vegliò, presidiu uma celebração eucarística. Em sua homilia, dedicou grande espaço ao tema da migração e do respeito aos migrantes.

O purpurado falou sobre o aumento da frequência dos movimentos migratórios no mundo, destacando que “migrar nunca é indolor”. Ele lembrou que “imigrando se deixa a pátria, a cultura, os hábitos e os afetos familiares para ir a um lugar desconhecido, onde se deve aprender tudo de novo, inclusive a língua”.

Dom Vegliò disse ainda que “as migrações, hoje, assumiram dimensões de verdadeiras crises humanitárias”, deixando as pessoas expostas “à voracidade sem escrúpulos do crime organizado”. “Não podemos nos render ao prepotente renascimento do tráfico de escravos, que faz anualmente um milhão de vítimas destinadas ao mercado da prostituição, do trabalho forçado e ao tráfico de órgãos”, confirmou o Cardeal.

Outro lado da migração ressaltado por Dom Vegliò foi o da “fuga de inteligência”, ou seja, pessoas altamente capacitadas que deixam seus países, levando consigo grande parte da potencialidade de desenvolvimento da nação. Dados de alguns países falam na evasão de 60% da população com educação superior.

Concluindo, o Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerante afirmou que uma verdadeira política migratória deve tender a elaborar normas precisas que assegurem a estabilidade e garantam a todos a defesa dos próprios direitos. “A Igreja não reivindica para si competências específicas na elaboração de tais projetos, contudo permite-se a elaboração de algumas propostas para que as orientações se inspirem nos direitos fundamentais do ser humano e na grande tradição da nossa civilização cristã”, reforçou o Cardeal. E fez então um convite aos leigos: “cabe também aos leigos cristãos, aos grupos, às associações e aos organismos de inspiração eclesial assegurar a tais medidas uma maior concretude, em base às suas competências e experiências, e solicitar específicas estratégias de ação”. (ED)








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