Declaração da ONU sobre o Direito dos Povos Indígenas completa cinco anos
Nova Iorque (RV) - A Declaração das Nações Unidas sobre o Direito dos Povos
Indígenas completa cinco anos. Para o indigenista e assessor da presidência da Fundação
Nacional do Índio, Funai, o documento trouxe avanços. André Albuquerque representa
o Brasil no Fórum Permanente das Questões Indígenas, que acontece na sede da ONU,
em Nova York.
"A gente tem o exemplo do Congo, que inclusive elogiou o Brasil
no Fórum esse ano como um exemplo de política indigenista. A legislação deles para
povos autóctones (nativos) foi editada ano passado e foi inspirada, em grande parte,
pela Declaração da ONU sobre o Direito dos Povos Indígenas. Há ainda muitos desafios,
claro, mas eu acho que há o que celebrar em termos de avanço da proteção e da promoção
dos povos indígenas no mundo, não só no Brasil."
Segundo André Albuquerque,
os indígenas formam 1% da população brasileira e ocupam 13% do território nacional.
O representante da Funai diz que combater o preconceito contra os índios é um dos
maiores desafios.
"São 220 povos, falando 180 línguas diferentes. Eu acho que
é um processo lento e gradual de desmistificar, de esclarecer, de trazer informação,
para que o brasileiro consiga perceber o índio como um cidadão do Estado, um cidadão
que tem outras referências culturais. Mas que essas diferenças servem para engrandecer
a nossa diversidade, a nossa cultura e não para disputas." André Albuquerque disse
ainda que a Funai realizou na ONU um evento paralelo sobre políticas de demarcação
de terras indígenas no Brasil.
Na opinião do presidente da Assembleia Geral,
a declaração é um "marco que inspirou mudanças positivas para a proteção das comunidades
indígenas."
Nassir Abdulaziz Al-Nasser discursou na última quinta-feira em
um evento comemorativo ao aniversário da declaração. A 11ª sessão do Fórum Permanente
das Questões Indígenas terminou na última sexta-feira. Neste ano, o tema do encontro
é a doutrina do descobrimento.