2012-05-18 11:58:07

Caritas ajuda refugiados sírios no Líbano e Turquia


Cágliari (RV) – São quase 36 mil os cidadãos sírios que fugiram do conflito na Síria e agora se encontram abrigados no Líbano, em duas áreas diferentes (10 mil no Norte e 26 mil numa outra região). Outros 27 mil buscaram um lugar seguro na Turquia. Mas os números podem ser ainda maiores, porque muitos rejeitam se registrar junto ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, com medo de pressões contra suas famílias que ficaram na Síria. Foi o que disseram esta semana em Cágliari, na ilha italiana da Sardenha, os responsáveis da Caritas Líbano e Caritas Turquia, durante os trabalhos de MigraMed 2012, o encontro internacional organizado pela Caritas italiana e Caritas de Cágliari com todas as caritas do Mediterrâneo e 300 delegados das cari tas diocesanas.

“O Líbano foi envolvido desde o início do conflito na Síria, explicou Najia Chahda, da Caritas Líbano. Também porque já temos quase 1 milhão de trabalhadores imigrantes sírios. A opinião pública está dividida entre quem defende o regime de Assad e quem apoia a revolta”. Desde março de 2011 iniciou a chegada de refugiados sírios às fronteiras, muitos dos quais recebidos por parentes que vivem no Líbano. A Caritas foi uma das primeiras Organizações a ajudar os refugiados, com uma grande campanha de assistência e a distribuição de alimentos e kit de higiene.

“Com o aumento da chegada de mais e mais refugiados, a situação se tornou dramática, afirmou Chahda. Em sua maioria são islâmicos sunitas. Mas encontram-se também famílias cristãs. Muitos tem medo de se registrar como refugiados porque a Igreja não manifestou uma posição clara a favor ou contra o regime, e assim temem repercussões sobre suas famílias”.

O governo libanês, apesar de não ter assinado a Convenção de Genebra, permite aos refugiados permanecer no Líbano, com uma autorização, também graças à negociação da Caritas.

Na Turquia, os refugiados sírios começaram a chegar a partir de abril de 2011, com idas e vindas, também por causa de tensões com a população local. “Atualmente encontram-se mais de 27 mil, explicou Belinda Mumcu, da Caritas Turquia. O governo turco está atendendo às suas necessidades. Na semana passada foi apresentado, pela primeira vez na história, um projeto de lei para regularizar os que pedem asilo. Mas sem a autorização das autoridades é difícil visitar os campos e entender o que está realmente acontecendo. Há refugiados que se lamentam pela qualidade do alimento e da água potável”. A única maneira para ajudá-los, segundo a Caritas Turquia, é passar através da Cruz Vermelha Turca. (SP)








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