Simão e Ana Duarte dos Santos: casal-modelo em Milão
Cidade
do Vaticano (RV) – O Brasil estará presente em Milão com uma delegação de bispos,
ligados à Comissão para a Vida e a Família, da CNBB, além de sacerdotes, religiosas,
e naturalmente, famílias.
O casal Simão e Ana Duarte dos Santos é membro do
Pontifício Conselho para a Família. Engajados no Rio de Janeiro como agentes de pastoral,
preparam noivos para o matrimônio e lhes explicam o que é uma vida a dois. Simão garante
que com este trabalho, cada vez mais casais não unidos sacramentalmente estão optando
por fazê-lo.
“Como agente pastoral familiar, nosso trabalho é ligado eminentemente
junto às famílias. E o que nos estamos vendo é a falta de preparação para o matrimônio.
No Brasil, estamos preparando melhor os casais para assumir este compromisso e entender
o que é o matrimônio cristão católico. Temos obtido uma série de sucessos, a diminuições
das separações de casais que passam pelo mundo da pastoral, que fazem cursos de noivos,
que se preparam para isso. Temos visto um entendimento melhor do que é um matrimônio,
uma vida a dois, e a redução do número de separações tem sido constante. O aumento
tem sido em função também do aumento populacional, das uniões estáveis, das uniões
que não têm o sacramento matrimonial, somente a união cível. Posso afirmar que a realização
e regularização de matrimônios têm aumentado constantemente”.
Do Brasil,
Simão e Ana levarão a Milão um esboço sobre o relatório que vêm preparando na orientação
para a preparação ao matrimônio:
“Nosso grande trabalho para este ano foi
o que nos foi pedido pelo Pontifício Conselho para a Família: a unificação do documento
que vai abordar toda forma de tratamento da preparação do matrimônio. Levaremos isto
a Milão, nossa colaboração de como está agindo o Brasil na preparação destes noivos,
para que o Conselho possa elaborar um documento a nível mundial sobre a preparação
ao matrimônio”.
“O tema do Encontro: “Família, Trabalho e Festa”, quer
demonstrar que o trabalho, a família e a diversão têm que estar intimamente ligados.
Não se pode separar nem dar valores diferentes a eles. Para que a família tenha harmonia,
devemos atender os pressupostos educação, lazer, religião e trabalho. Isto foi muito
sabiamente demonstrado pelo Santo Padre ao escolher o tema deste Encontro Mundial”.
Simão
e Ana, que se casaram aos 19 e 17 anos, estão festejando suas bodas de ouro nestes
dias. Qual é a fórmula do sucesso de uma união tão duradoura?
“O respeito,
em primeiro lugar, das individualidades e da personalidade. Ninguém pode transformar
ninguém. Eu sou filho de índio, ela é filha de europeus; eu sou Flamengo, ela torce
pelo Vasco; eu gosto de feijoada, ela gosta de bacalhoada. Temos gostos completamente
diferentes, temos que nos adaptar, entender, harmonizar. Ela gosta de praia, eu de
serra. Mas que estes 50 anos juntos estão na força do respeito aos gostos, às individualidades,
ao tratamento... enfim, a palavra básica e objetiva é respeito à individualidade:
entender o outro ser como ele o é, e não querer transformá-lo em mim, naquilo que
eu sou”.