Varsóvia (RV) - Os responsáveis pela Caritas na Europa mostraram-se “alarmados”
com os efeitos da crise econômica sobre os “mais vulneráveis da sociedade”, em particular
na Grécia, após um encontro de três dias na Polônia. “A Caritas Europa está preocupada
com a evolução das políticas atuais que não enfrentam os desafios fundamentais das
nossas sociedades”, assinala o documento conclusivo da reunião.
Segundo os
participantes do encontro regional europeu, que se realizou entre 10 e 12 de maio,
a atual crise financeira e econômica bem como as medidas de austeridade que se seguiram
“colocam a solidariedade sobre forte pressão”. “Os sistemas de proteção social, como
forma de redistribuição da riqueza, estão se enfraquecendo e falhando precisamente
num momento em que são absolutamente necessários para combater a pobreza”, alerta
a organização. O comunicado de Varsóvia sublinha, em particular, os efeitos da crise
na “promoção de cuidados para e na sociedade, com uma atenção especial para os mais
vulneráveis”.
Durante o encontro, dedicado às migrações, os responsáveis da
Caritas defenderam que “a emigração abre espaços para a ‘fuga de benfeitores”, deixando
“mais crianças e famílias expostas à pobreza”. “Além disso, muitos países estão utilizando
a crise como argumento para a redução de orçamentos para da cooperação e o desenvolvimento,
aumentando as desigualdades e a pobreza estrutural no mundo inteiro”, acrescentam
as conclusões do encontro. O texto final faz críticas às políticas que restringem
o direito ao reagrupamento familiar, as quais “podem deixar os membros da família
com poucas opções, além da entrada irregular nos países de destino ou prolongar a
sua estadia além da data autorizada”. Reforçar a comunicação e as estratégias de cooperação
entre as organizações Caritas dos países de origem e destino é uma das decisões tomadas
pelos 49 presidentes da Caritas na Europa que estiveram na capital polonesa. (SP)